Físicos da Coreia do Sul afirmam ter criado um material supercondutor de energia, que tem como diferencial funcionar em temperatura e pressão ambientes. Até agora, supercondutores, que aproveitam a energia elétrica sem perdas precisavam de condições “ideais”, como temperatura ultra-baixa, para funcionar. A descoberta recebeu o nome de LK-99.
O trabalho do grupo ainda não foi publicado em uma revista científica, mas já está tendo grande repercussão na comunidade. Isso porque uma descoberta significa que a eletricidade não seria mais perdida para a dissipação de calor, revolucionando os eletrônicos.
“Com este tipo de tecnologia, podemos nos tornar uma sociedade supercondutora onde você nunca mais precisará de coisas como baterias novamente”, disse o coautor do estudo, Ashkan Salamat, da Universidade de Nevada em Las Vegas, em comunicado.
Os supercondutores atuais, usados em bobinas de máquinas de ressonância magnética, motores de alto desempenho e supercomputadores, por exemplo, requerem temperaturas extremamente baixas para funcionar. Portanto, eles ainda têm aplicação comercial restrita, como apontou o Brazil Journal.
Como os cientistas descobriram o supercondutor?
A equipe publicou dois artigos no site de artigos ArXiv. Neles, os físicos descrevem novo material e sua criação. Eles chegaram ao resultado misturando pós contendo enxofre, oxigênio e fósforo. Em seguida, aqueceram a mistura a altas temperaturas por horas. O cozimento então levou a um material cinza-escuro e supercondutor.
Os cientistas mediram amostras de LK-99 quando a eletricidade foi aplicada e descobriram que sua sensibilidade caiu para quase zero. Ao testar seu magnetismo, ele exibiu o efeito Meissner – teste de supercondutividade em que a amostra deve levitar quando colocada em um ímã. A equipe forneceu um vídeo do material levitando parcialmente, o que eles afirmam ser por causa das impurezas no ímã.
Anteriormente, outros casos de pesquisadores que afirmaram ter encontrado supercondutores como esse falharam em alcançar o objetivo. Contudo, se a descoberta desta vez for real, a equipe coreana terá garantido um prêmio Nobel por um dos maiores avanços na história da física.