Cientistas da USP sugerem reabilitação no metaverso para pessoas com deficiência
O ano de 2020 será lembrado para sempre como aquele em que as pessoas ficaram trancafiadas em casa. A pandemia de Covid-19 afastou todos do convívio coletivo e, consequentemente, impediu que muitas pessoas cuidassem da saúde ou seguissem tratamentos.
É o caso de pessoas com paralisia cerebral, que não puderam realizar a reabilitação fora de casa. Diante desse cenário, pesquisadores da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) da USP desenvolveram um tratamento que poderia ser realizado no metaverso.
Para testar a eficácia do método, os cientistas agruparam 44 voluntários: metade com paralisia cerebral e o restante sem deficiência. Todos os participantes eram guiados de forma remota pelos pesquisadores e precisavam realizar atividades diante de uma câmera acoplada ao computador.
Uma das atividades, por exemplo, era um jogo em que os pacientes precisavam “pegar” bolinhas coloridas que caíam na tela do computador. Os cientistas mediram o esforço dos participantes e também a performance motora durante a realização das tarefas.
Ao final, a equipe relatou uma melhora no engajamento, no desempenho e também um aumento da prática de atividade física das pessoas com deficiência. O estudo completo foi publicado na revista Frontiers in Psychology.
Segundo os cientistas, essa forma de reabilitação não precisa ser realizada no metaverso imersivo, ou seja, com uso de óculos de realidade virtual. Basta ter um computador, celular e uma boa conexão com a internet para realizar as atividades online.
Dessa forma, as pessoas não precisam se deslocar até laboratórios ou clínicas para realizarem seus tratamentos. Além disso, o terapeuta pode atender vários pacientes por vez, incluindo moradores de diversos estados brasileiros.
Vale lembrar que a reabilitação no metaverso é um complemento para as terapias tradicionais, não uma substituição. Profissionais de saúde devem sempre ser consultados antes de o paciente iniciar qualquer tratamento alternativo.