Cientistas descobrem que o vírus da Covid pode regredir tumores
Em um estudo em camundongos, cientistas da Northwestern University, nos EUA, descobriram que o vírus da Covid consegue regredir tumores. A descoberta é promissora na luta contra o câncer.
Publicado em novembro, o estudo detalha que os cientistas descobriram que o RNA do SARS-CoV-2 — o vírus da Covid-19 — consegue produzir células imunes com propriedades “anticâncer”.
Atualmente, o tratamento contra o câncer depende das células CAR-T, que produzem um receptor artificial de células T após engenharia genética. No entanto, o estudo descobriu que o vírus da Covid pode ativar um tipo específico de glóbulo branco com propriedades contra o câncer que conseguem regredir tumores.
Os monócitos não clássicos induzíveis (I-NCMs), de acordo com o estudo, apresentaram uma capacidade única de atingir e combater células cancerígenas.
Como o vírus da Covid consegue regredir tumores
O RNA do vírus da Covid ativa sinais no sistema imunológico, transformando monócitos comuns em I-NCMs, que consegue combater células cancerígenas e regredir tumores.
De acordo com os cientistas, após a ação do RNA da Covid, os I-NCMs liberam substâncias químicas em tumores, atraindo células NK (células exterminadoras naturais), que atacam diretamente células cancerígenas.
Assim, o processo que se iniciou com o RNA da Covid consegue regredir células cancerígenas em tumores.
Ankit Bharat, um dos autores do estudo, revelou que a descoberta transformará o tratamento do câncer. Segundo Bharat, as células que o vírus da Covid-19 ativa e podem ser induzidas por remédios para combater o câncer ao regredir tumores.
No estudo, os cientistas observaram resultados positivos em tumores no pulmão, mama e cólon, mas ressaltam que a pesquisa está nos seus estágios iniciais.
Desse modo, ainda não há como comprovar a eficácia do vírus da Covid na ação de regredir tumores devido às diferentes estruturas celulares. Apesar de usarem tecidos humanos, os cientistas conduziram a maioria dos experimentos do estudo em camundongos.
Mesmo assim, a descoberta é importante devido à possibilidade do desenvolvimento de novos tratamentos, sendo muito relevante para pacientes que não respondem às terapias convencionais.