Cientistas desenvolvem sensor artificial de dor para evitar que robôs se machuquem
Humanos possuem um sistema nervoso que leva a sensação de dor ao cérebro. Já robôs podem acabar “se machucando” por não detectarem que algo pode prejudicar sua integridade. Para tentar resolver o problema, cientistas estão desenvolvendo um sensor artificial de dor para as máquinas. Sim, muito “Black Mirror” mesmo.
A pele artificial pode detectar forças potencialmente prejudiciais e ajudar o robô a se preservar, evitando danos. A tecnologia está sendo desenvolvida pelo cientista Jie Tan, da Universidade de Hunan, na China.
Ele explica que o sistema funciona graças aos cristais de zinco e gálio. Segundo o pesquisador, os cristais reagem à força excessiva e liberam elétrons, criando um sinal elétrico.
“Graças ao uso simultâneo de sinais elétricos e ópticos, a intensidade e a localização da dor podem ser percebidas simultaneamente. Isso funcionará como um nociceptor [célula que sente dor] natural”, explicou Tan para a revista New Scientist.
Assim, os picos elétricos enviados por sensores de dor na pele, chamados nociceptores, são transmitidos através dos nervos para diversas partes do cérebro do robô. Isso pode levar a ações de autopreservação, como se afastar de uma faca afiada, por exemplo.
IA também pode ajudar a evitar danos ao robô
Os pesquisadores também desenvolveram um algoritmo de inteligência artificial que ajudará o robô a determinar qual “estímulo” deve ser evitado.
Até agora, o algoritmo foi treinado em 100 leituras elétricas e ópticas diferentes de uma faca, um pauzinho e uma bola de algodão pressionada em um sensor. Assim, o algoritmo aprendeu a distinguir entre objetos nocivos e inofensivos que podem fornecer leituras semelhantes.
Segundo os cientistas, o braço robótico distinguiu com sucesso entre objetos seguros e prejudiciais em 97,5% dos casos. Por exemplo, a IA entendeu que o braço robótico poderia segurar tofu ou um ovo cozido com segurança, mas rejeitou imediatamente objetos duros, como uma bola com pontas de ferro.
O estudo ainda está em fase inicial, mas pode ajudar as companhias que trabalham com robôs em áreas perigosas, como o fundo do mar, a economizarem milhões me manutenção e substituição dessas maquinas.