Em um novo estudo, cientistas finalmente conseguiram desvendar um dos mistérios botânicos mais famosos da história: como o pepino esguichante (Ecballium elaterium) consegue expelir suas sementes com força explosiva.
Agora, 2.000 anos depois, cientistas da Universidade de Oxford, na Inglaterra, usaram tecnologias avançadas para desvendar o mistério envolvendo esse estranho membro da família Cucurbitaceae.
Em um estudo publicado no dia 25 de novembro, os cientistas detalham que modelos matemáticos, análises de imagem e videografia em alta velocidade foram as técnicas usadas para desvendar o mistério do pepino esguichante.
Segundo os cientistas, a pequena estrutura oval da fruta da planta explode do caule quando amadurece, expelindo as sementes em um jato de mucilagem de alta pressão.
No estudo, os cientistas captaram o processo do pepino esguichante usando uma câmera de alta velocidade, capaz de gravar até 8.600 quadros por segundo. Assim, foi possível analisar detalhadamente cada fração de milissegundo da explosão de sementes.
Os cientistas também fotografam o processo em time-lapse para estudar a fruta e o caule antes e durante o disparo.
Disparo de sementes a 8.600 quadros por segundo. Imagem: Universidade de Oxford/Reprodução.
Para complementar as observações, os pesquisadores desenvolveram um modelo matemático de ponta. Esse modelo simulou as pressões internas e a trajetória do processo de expulsão das sementes.
O primeiro é o acúmulo pressurizado de mucilagem durante a maturação da fruta, criando uma alta pressão interna. Em seguida, ocorre o processo de redistribuição da mucilagem para o caule nos dias antes da dispersão, enrijecendo e expandindo o caule enquanto inclina a fruta em um ângulo de 45°.
Nesse ângulo, o pepino esguichante está em uma posição ideal para o disparo e também para o recuo, sendo o terceiro processo. No momento de disparo, o caule se retrai, fazendo o pepino girar bruscamente na direção oposta.
Desse modo, o pepino esguichante consegue disparar sementes em diferentes ângulos em sequência, mas diminuindo a pressão. A primeira semente viaja mais longe, enquanto as últimas são lançadas em ângulos maiores, mas em menores distâncias. Veja:
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Jornalista e mineiro. Já escreveu sobre tecnologia, games e ciência no site Hardware.com.br e outros sites especializados, mas gosta mesmo de falar sobre os Beatles.
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