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Cientistas discutem se dietas ricas em gorduras e com poucos carboidratos são a melhor opção

Dietas da moda costumam alegar grandiosamente que ajustar os hábitos alimentares de um jeito ou de outro produzirá os resultados desejados da pessoa em dieta. Mais especificamente: coma isso, não aquilo, e veja os quilos desaparecerem. Mas dietas são difíceis de se manter, e parece que desmistificadores de dietas estão constantemente questionando o quê e […]

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Dietas da moda costumam alegar grandiosamente que ajustar os hábitos alimentares de um jeito ou de outro produzirá os resultados desejados da pessoa em dieta. Mais especificamente: coma isso, não aquilo, e veja os quilos desaparecerem. Mas dietas são difíceis de se manter, e parece que desmistificadores de dietas estão constantemente questionando o quê e o quanto deveríamos estar comendo.

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Em uma revisão publicada na semana passada na revista Science, cientistas de diversas áreas e focos de pesquisa se uniram para discutir se uma dieta rica em gorduras e de poucos carboidratos (ou vice-versa) era a melhor opção para manter uma boa saúde, além de determinar se tipos específicos de gordura e carboidratos importavam. Os pesquisadores — da Escola de Saúde Pública T. H. Chan, de Harvard, do Hospital Infantil de Boston, da Universidade Estadual de Ohio, entre outras — esperavam que, comparando seus conhecimentos sobre nutrição, pudessem encontrar áreas gerais de concordância e identificar outras em que é preciso fazer mais pesquisas para acabar com a tal “guerra das dietas”.

Embora suas respectivas áreas de pesquisa e conhecimento significassem que eles tinham diferenças em suas posições sobre o que definia a dieta perfeita para o tratamento de obesidade e a prevenção de doenças crônicas — incluindo as tão faladas dietas cetogênicas (aquela em que se privilegia o consumo de gorduras e proteínas, e deixa carboidratos de lado —, eles concordaram em vários pontos essenciais. Primeiro, a qualidade da dieta importa; os pesquisadores afirmaram que, focando na qualidade dos nutrientes, “uma boa saúde e um risco baixo de doenças crônicas podem ser alcançados por muitas pessoas em dietas com uma ampla gama de relações carboidrato-gordura”.

Em geral, todo mundo se beneficia de trocar gorduras saturadas por gorduras não-saturadas naturais ou coisas como abacate, nozes e sementes. Eles também concordaram que é melhor ir atrás de carboidratos não-processados como vegetais não-amiláceos, frutos inteiros e grãos integrais ou minimamente processados do que carboidratos processados. Gorduras trans, encontradas em coisas como assados e frituras, deveriam ser cortadas completamente de qualquer dieta (mas você já sabia disso).

Os pesquisadores também concordaram que fatores biológicos poderiam impactar como certos indivíduos respondiam a diferentes tipos de dietas. Portanto, a dieta perfeita não é necessariamente uma resposta única para todos.

“Isso é um modelo para como podemos transcender a guerra das dietas”, disse David Ludwig, professor do Departamento de Nutrição da Escola Chan de Harvard e autor principal do estudo, em um comunicado. “Nosso objetivo era montar uma equipe com diferentes áreas de especialidade e visões contrastantes e identificar áreas de concordância sem encobrir as diferenças.”

Algumas coisas sobre as quais os pesquisadores tiveram conflitos incluíram possíveis vantagens de dietas cetogênicas, como se elas fornecem “benefícios metabólicos além daqueles da restrição moderada de carboidratos”. Eles também disseram que é preciso realizar mais pesquisas para determinar o sucesso da dieta cetogênica no tratamento de diabetes, seus efeitos gerais na saúde, assim como sua sustentabilidade a longo prazo e seu possível impacto ambiental.

No entanto, os autores concordaram que dietas com pouco carboidrato não necessariamente exigem um consumo excessivo de carne.

“Dietas ricas em gordura e com pouco carboidrato bem formuladas não exigem alta ingestão de proteína ou produtos animais”, escreveram os autores. “O consumo reduzido de carboidrato pode ser alcançado substituindo grãos, vegetais amiláceos e açúcares por óleos vegetais não-hidrogenados, nozes, sementes, abacate e outros alimentos vegetais ricos em gordura.”

A conclusão geral parece se alinhar com o que tua mãe provavelmente te disse quando você era criança: coma frutas e legumes, mantenha o consumo de comidas processadas em um mínimo (ou as corte completamente) e diminua o açúcar. Se você já estiver fazendo isso, provavelmente está indo bem.

[Science]

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