A Korea Pathfinder Lunar Orbiter, a primeira missão lunar da Coreia do Sul, já é vista como um experimento de sucesso pelos cientistas envolvidos. Apelidada de Danuri, ela foi lançada em agosto de 2022 e completa um ano em órbita da Lua agora em dezembro, com algumas descobertas importantes entre os dados coletados.
Os pesquisadores da missão colaboram com a NASA e outras agências espaciais. Por isso, apresentaram os resultados na reunião da American Geophysical Union, que aconteceu em São Francisco, nos Estados Unidos.
“Tudo está além das nossas expectativas, na verdade”, diz Eunhyeuk Kim, líder da equipe de ciência da missão no Instituto de Pesquisa Aeroespacial da Coreia em Daejeon, na Coreia do Sul.
Danuri não só é a primeira missão lunar sul-coreana como também a primeira espaçonave do país a viajar além da órbita da Terra. A ideia é que astronautas da Coreia do Sul possam visitar a Lua nas próximas décadas.
Principais descobertas
De acordo com as medições da Danuri, em conjunto com dois satélites da NASA, o lado distante da Lua parece ser mais eletricamente condutivo do que aquele mais próximo à Terra.
Em geral, a maior condutividade elétrica sugere que uma lateral é mais quente ou tem mais água em seu interior. No entanto, especialistas ainda não conseguem compreender o porquê um lado da Lua poderia ser diferente do outro.
Outro achado da Danuri diz respeito às famosas crateras lunares. A bordo da missão, há uma câmera da NASA que capta pequenas quantidades de luz dispersa.
Dessa forma, a ‘ShadowCam’ revelou que algumas crateras próximas ao meio da Lua não são tão profundas como aparentavam ser em fotografias de câmeras menos sensíveis. Com essa informação em mãos, é possível comparar e interpretar dados sobre as crateras dos polos, região ainda pouco compreendida.
Além disso, a missão Danuri possui um espectrômetro de raios gama a bordo. Dessa forma, também conseguiu medir a radiação eletromagnética da superfície da Lua, o que revela a composição química dos minerais presentes no satélite.
Descobertas além da Lua
Além da pesquisa sobre a superfície lunar, a missão Danuri também conseguiu detectar raios gama de outros pontos no espaço. Isso incluiu a explosão mais brilhante desse tipo de radiação raios gama já registrada, que se refere à explosão de uma galáxia a 1,9 bilhão de anos-luz de distância, que atingiu a Terra em outubro de 2022.
Também permitiu medir dezenas de outras explosões de raios gama provenientes de estrelas distantes, bem como picos de radiação causados por tempestades no Sol.
Desafios da missão Danuri
Apesar de ser considerada um sucesso, a missão Danuri também enfrenta alguns problemas. De modo geral, existem duas câmeras projetadas para observar a superfície lunar em luz polarizada.
Esse tipo de iluminação pode revelar mais informações do que as que geralmente são vistas sob luz comum. Segundo os cientistas coreanos, as medições dessa câmera específica estão acontecendo de maneira mais lenta do que o esperado.
Além disso, o processamento dessas imagens também é complexo: manchas e outras interferências comprometem muitas das fotografias.
Agora, a preocupação é se Danuri consegue sobreviver a um eclipse solar previsto para março de 2025. De acordo com especialistas, o evento cortará a luz solar, o que força a missão a depender de suas próprias baterias.
Será um teste. No entanto, Danuri já durou mais do que o esperado (que era um ano). Por isso, os sul-coreanos já se dão por satisfeitos com as descobertas desta missão.
fique por dentro das novidades giz
Inscreva-se agora para receber em primeira mão todas as notícias sobre tecnologia, ciência e cultura, reviews e comparativos exclusivos de produtos, além de descontos imperdíveis em ofertas exclusivas
