Ciência

Cientistas encontram fóssil de árvores bizarras de 350 milhões de anos

Descoberta da árvore promete redefinir a compreensão científica sobre a evolução das plantas, mostrando experimentações evolutivas antigas
Imagem: Matthew Stimson/Reprodução

Fósseis excepcionalmente preservados de árvores bizarras, datadas de cerca de 350 milhões de anos atrás, foram recentemente descobertos por geólogos durante escavações em uma pedreira em New Brunswick, Canadá.

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Esse surpreendente achado paleontológico no sudeste do Canadá está intrigando a comunidade científica. O estudo foi liderado pelo geólogo Robert Gastaldo do Colby College, no Maine (EUA). Ele revela que essas árvores antigas desafiam as concepções científicas tradicionais sobre a evolução vegetal.

O fenômeno da preservação desses fósseis é atribuído a um terremoto ocorrido há 350 milhões de anos, que derrubou as árvores e as sepultou em um banho de lama. Esse evento permitiu que os troncos e folhas fossem preservados de maneira quase perfeita nos sedimentos no fundo do que, na época, era um lago.

Chamadas de Sanfordiacaulis, essas árvores antigas apresentam características únicas que intrigam os cientistas. A disposição espiralada de suas folhas sugere uma adaptação evolutiva para maximizar a captura de luz solar, fundamental para o processo de fotossíntese.

A altura mais baixa também sugere que elas podem representar os primeiros exemplos de árvores menores que cresciam sob a copa de árvores mais altas. Assim, desafiando as noções convencionais de como as árvores se organizam e crescem.

Árvores bizarras e únicas

Robert Gastaldo expressou seu espanto diante da descoberta, destacando a singularidade de encontrar uma planta fossilizada do tamanho de uma árvore com folhas preservadas e presas ao tronco em uma configuração de copa. Ele compara essas árvores antigas com as aljavas e os baobás contemporâneos, que se destacam entre as angiospermas.

O estudo também sugere que esses fósseis podem representar uma experiência evolutiva do período Carbonífero. Algo entre 359 milhões e 299 milhões de anos atrás, que pode ter falhado ao longo do tempo.

Dessa forma, durante esse período, a diversificação das plantas foi notavelmente intensa, Resultando em formas experimentais diversas que, em alguns casos, não sobreviveram ao teste do tempo.

Assim, essa descoberta promete redefinir a compreensão científica sobre a evolução das plantas.  Oferecendo um vislumbre intrigante de experimentações evolutivas antigas que moldaram a paisagem vegetal há milhões de anos.

“Consideramos as aljavas e os baobás estranhos em relação ao resto das angiospermas [plantas com flores]”, disse ao LiveScience.

As plantas se diversificaram muito durante o período Devoniano (419 milhões a 359 milhões de anos atrás) e Carbonífero, de acordo com o estudo. Dessa forma, os estranhos fósseis podem ser um exemplo de uma experiência evolutiva desta época que acabou por falhar, disse Gastaldo.

“A evolução do reino vegetal passou por muitas formas experimentais diferentes que tiveram sucesso durante alguns milhões de anos ou mais, mas não sobreviveram ao teste do tempo”, completou.

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Gabriel Andrade

Gabriel Andrade

Jornalista que cobre ciência, economia e tudo mais. Já passou por veículos como Poder360, Carta Capital e Yahoo.

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