Cientistas estudam 5 mil buracos negros e descobrem porque são cintilantes

Equipe australiana encontrou padrões universais nos buracos negros que confirmam a teoria das instabilidades magneto-rotacionais proposta em 1998; entenda
Cientistas estudam 5 mil buracos negros e descobre porque o brilho oscila
Imagem: Event Horizon Telescope/Reprodução

Pesquisadores da Universidade Nacional da Austrália explicaram em estudo publicado na revista Nature Astronomy por que os buracos negros brilham de forma variada. Segundo a equipe, os motivos remontam a um tipo de turbulência impulsionada pelo atrito e intensos campos gravitacionais e magnéticos.

Vamos lentamente desvendar a conclusão acima. Primeiro, é preciso saber que os cientistas observaram mais de 5 mil buracos negros durante um período de cinco anos. Esses eram buracos supermassivos, com massa de milhões ou bilhões de sóis e que podiam ser encontrados no centro das galáxias.

Então, os cientistas acompanharam o processo de alimentação desses buracos. Alguns acabam devorando estrelas que são puxadas pela gravidade das galáxias, enquanto outros são abastecidos com nuvens de gás expelidas por gigantes vermelhas.

Todo esse material acaba formando um disco de acreção ao redor do buraco negro. A equipe focou nas mudanças diárias desse brilho que circunda o gigante. 

Os cientistas utilizaram métodos estatísticos para medir a quantidade de luz emitida pelos 5 mil discos ao longo do tempo. Dessa forma, notaram um padrão de brilho um pouco diferente para cada um deles.

Isso mudou quando foram aplicadas outras variantes, como tamanho, brilho e cor. Então, encontraram padrões universais que confirmavam a teoria das instabilidades magneto-rotacionais, proposta em 1998 por Steven Balbus e John Hawley. 

Segundo os astrofísicos, os discos maiores orbitam mais lentamente com uma cintilação lenta, enquanto órbitas mais apertadas e rápidas em discos menores cintilam mais rapidamente. Tais diferenças ocorrem devido a turbulências causadas pelos campos magnéticos. 

As mudanças sutis, por sua vez, podem ser justificadas pelas diferentes orientações pelas quais os cientistas observam os discos de acreção. No futuro, a equipe pretende observar essas variações de perto e buscar pistas para discernir a orientação de um buraco negro.

Carolina Fioratti

Carolina Fioratti

Repórter responsável pela cobertura de saúde e ciência, com passagem pela Revista Superinteressante. Entusiasta de temas e pautas sociais, está sempre pronta para novas discussões.

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