Cientistas reconstroem rosto de mulher neandertal de 75 mil anos
Cientistas da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, conseguiram reconstituir o rosto de uma mulher neandertal que viveu há aproximadamente 75 mil anos.
De acordo com os pesquisadores, a reconstituição demandou nove meses de trabalho. Nesse período, a análise de mais de 200 fragmentos ósseos serviu para reconstruir o crânio da mulher, conhecida como Shanidar Z.
Shanidar Z estava em uma caverna, localizada no Curdistão Iraquiano, em uma posição que sugere um cuidado e respeito pelos mortos.
A posição de sua mão esquerda, enrolada sob a cabeça, e uma pedra colocada atrás de sua cabeça como apoio são detalhes que revelam uma complexidade cultural antes não atribuída a essa espécie.
A reconstrução facial se guiou pelos contornos do rosto e do crânio, permitindo aos pesquisadores uma visão mais clara de sua aparência. Com cristas supraorbitais (próximo das sobrancelhas) pronunciadas e sem queixo. Assim, os traços de Shanidar Z diferem dos nossos, Homo sapiens.
De acordo com a universidade, análises sugerem que Shanidar Z era uma mulher mais velha, com cerca de quarenta anos – uma idade significativa para a pré-história.
Sem ossos pélvicos, a equipe baseou-se no sequenciamento das proteínas do esmalte dentário para determinar o sexo. Além disso, os dentes foram usados para avaliar sua idade através dos níveis de desgaste – com alguns dentes da frente desgastados até a raiz.
Com cerca de um metro e meio de altura e alguns dos menores ossos do braço adulto no registro fóssil do Neandertal, seu físico, de acordo com os pesquisadores, também confirma que era uma mulher.
Neandertais, os “primos” do Homo sapiens
O esqueleto de Shanidar Z é considerado o mais completo e bem-preservado encontrado no século 21. A caverna de Shanidar, onde ela estava, é um sítio arqueológico onde pelo menos 10 ossadas de neandertais já apareceram.
A espécie surgiu durante o Pleistoceno Médio na Europa e no Médio Oriente, há cerca de 400 mil anos. Ela se extinguiu há 28 mil anos, na Península Ibérica.
As razões para a extinção dos neandertais ainda estão sob análise, com diversas possíveis causas levantadas para este fenômeno. Assim, as teorias mais aceitas apontam para fatores demográficos como pequeno tamanho populacional e endocruzamento, cruzamento, mudanças climáticas e a doenças.