Pesquisadores da Cleveland Clinic, nos EUA, deram início aos testes de uma nova vacina que pode prevenir o câncer de mama triplo negativo. A doença é responsável por 12% a 15% de todos os cânceres de mama, e preocupa por se espalhar rapidamente e trazer risco de morte.
O ensaio clínico de fase 1b terá entre 6 e 12 voluntários saudáveis — porém com alto risco de desenvolver câncer de mama. Todos os participantes optaram ainda pela mastectomia profilática, feita antes do surgimento do câncer, para reduzir o risco de tumor.
Os testes têm como objetivo avaliar a segurança e monitorar a resposta imune dos indivíduos. Os voluntários receberão três vacinas com duas semanas de intervalo e serão monitorados quanto a possíveis efeitos colaterais, com o ensaio sendo concluído até o final de 2023.
A vacina tem como alvo uma proteína da lactação chamada alfa-lactoalbumina. Essa não é mais encontrada após a lactação em tecidos normais e envelhecidos, mas está presente na maioria dos cânceres de mama triplo negativos.
A ideia é a seguinte: se o câncer de mama se desenvolver, a vacina é deverá estimular o sistema imunológico, atacando o tumor e impedindo que ele cresça. Essa função já foi indicada em camundongos, com o estudo publicado mais de uma década atrás na revista científica Nature Medicine.
O ensaio clínico de fase 1b dá continuidade ao estudo de fase 1a, que também está em andamento. Esse foi iniciado em 2021, testando a vacina em pacientes que concluíram o tratamento para câncer de mama triplo negativo em estágio inicial nos últimos três anos, e estão livres de tumor, mas com alto risco de retorno. Os testes devem ser finalizados durante o quarto trimestre de 2023.