Ciência

Clima chuvoso está fazendo formigas “fugirem em jangadas” na Austrália

Formigas-de-fogo-vermelhas estão reagindo ao clima extremo e escapando de enchentes na Austrália
Imagem: ISC/Reprodução

O calor intenso na Austrália está transformando não apenas a vida humana, mas também a dos insetos. As formigas-de-fogo-vermelhas estão reagindo ao clima extremo e formando uma espécie de “jangada” para escapar das enchentes no estado de Queensland, no nordeste do país.

As recentes chuvas intensas e o clima selvagem na região têm criado condições propícias para a propagação dessas formigas altamente invasivas.

Reece Pianta, gerente de defesa do Conselho de Espécies Invasoras (ISC, na sigla em ingês) da Austrália, alertou que o clima adverso pode acelerar a disseminação das formigas-de-fogo, consideradas uma das piores espécies invasoras do mundo.

“Estamos, portanto, apelando à comunidade para estar atenta às formigas de fogo, inclusive nos seus quintais, parques locais, praias ou matagais”, disse em um comunicado.

O ISC compartilhou um vídeo nas redes sociais, revelando a peculiar movimentação das formigas em formação de jangadas. Veja:

Infestação das formigas

Embora de origem sul-americana, a formiga-de-fogo-vermelha foi acidentalmente introduzida na Austrália, Nova Zelândia, vários países asiáticos e caribenhos, além dos Estados Unidos.

A infestação das formigas-de-fogo na Austrália começou em 2001, e desde então, o país conseguiu controlar sete surtos.

No entanto, a recente detecção em Nova Gales do Sul em novembro de 2023, levanta preocupações sobre a possibilidade dos insetos atingirem a bacia do rio Murray-Darling e se espalharem fora de controle.

Elas são onívoras e comem mamíferos mortos, artrópodes, insetos, sementes e substâncias doces, como melada de insetos hemípteros com os quais desenvolveram relações.

A formiga é uma praga notória, causando bilhões de dólares em danos anualmente e impactando a vida selvagem. As formigas prosperam em áreas urbanas, então sua presença pode impedir atividades ao ar livre.

Além disso, os ninhos podem ser construídos sob estruturas como pavimentos e fundações, o que pode causar problemas estruturais ou derrubá-los.

Consta em octogésimo sexto na lista das 100 das espécies exóticas invasoras mais daninhas do mundo da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN).

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Gabriel Andrade

Gabriel Andrade

Jornalista que cobre ciência, economia e tudo mais. Já passou por veículos como Poder360, Carta Capital e Yahoo.

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