Artista esconde código secreto com US$ 10 mil em criptomoedas em obras de arte com Lego

Ela não tem valor intrínseco e faz com que observadores se alternem entre sensações de fascinação e raiva. Estamos falando de criptomoedas, mas também de arte. Em uma nova série, o artista Andy Bauch está juntando esses dois assuntos com obras que usam padrões abstratos construídos com blocos de Lego. Cada peça visualmente representa a […]

Ela não tem valor intrínseco e faz com que observadores se alternem entre sensações de fascinação e raiva. Estamos falando de criptomoedas, mas também de arte. Em uma nova série, o artista Andy Bauch está juntando esses dois assuntos com obras que usam padrões abstratos construídos com blocos de Lego. Cada peça visualmente representa a chave privada para uma carteira digital, e qualquer um pode roubar esse dinheiro digital — se conseguir decodificar as obras.

Bauch começou a mexer com criptomoedas em 2013 e nos contou em uma entrevista que se considera um entusiasta, mas não um “promotor fanático” da tecnologia. “Eu não fui esperto o suficiente de comprar (criptomoedas) o bastante para ter uma fortuna”, afirmou. Em 2016, ele começou a integrar seu interesse em Bitcoin com sua arte.

Cannabiscoin inicialmente estava avaliada em US$10, 2018 (Imagem: Andy Bauch)

Sua série de trabalhos mais recente, “New Money“, abriu no Castelli Art Space, em Los Angeles, na sexta-feira (23). Bauch diz que cada peça na série “é uma chave secreta para vários tipos de criptomoedas”. Ele comprou várias quantidades de Bitcoin, Litecoin e outras moedas alternativas em 2016 e as colocou em carteiras digitais diferentes. Cada carteira é criptografada com uma chave privada que consiste de uma linha de letras e números. Essa chave foi inicialmente colocada em um algoritmo para gerar um padrão. Então, Bauch ajustou o algoritmo aqui e ali para fazer com que ele soltasse uma imagem que o agradasse. Depois de finalizar seu trabalho, ele o testou rigorosamente fazendo o caminho contrário, para se certificar de que as obras de fato lhe dessem a chave privada certa quando processadas por meio de sua fórmula.

A abordagem de Bauch dá um toque igualitário ao valor contido na arte. O trabalho não existiria sem a chave da carteira privada, e cada peça tem seu próprio preço. Os títulos das obras explicam que tipo de moeda está na carteira e qual o seu valor na época da compra. Durante a exposição, o artista irá projetar um feed ao vivo com os valores em movimento de cada carteira. O mercado de criptomoedas é volátil, e, nesta semana, o valor total da série de trabalhos de Bauch atingiu US$ 10 mil, mas no momento em que esta matéria foi redigida já estava em US$ 9 mil.

Um colecionador pode comprar a peça, mas qualquer visitante que acredite ter desvendado o código pode tirar o dinheiro das carteiras. Existe uma espécie de gamificação na ideia de que você também pode participar caso se sinta inclinado — todos os trabalhos podem ser vistos no Artsy, e as carteiras podem ser encontradas aqui. Mas espera o Bauch terminar pelo menos a abertura de sua exposição antes de tentar pegar todas as moedas.

Litecoin inicialmente avaliada em US$10, 2018 (Imagem: Andy Bauch)

“Muito do trabalho que estou fazendo é tentar cobrir essa lacuna que frequentemente existe entre uma nova tecnologia e a humanidade”, diz Bauch. O artista curte o Lego como meio porque ele lhe dá uma maneira tátil legal de trabalhar com uma estética pixelizada. Sua natureza industrial, produzida em massa, pode ser usada metaforicamente também, como em uma série de retratos que Bauch está fazendo de trabalhadores que estão se tornando obsoletos por causa da tecnologia.

Existe um interesse crescente em criptomoedas e tecnologia blockchain no mundo da arte. Brad Troemel, artista provavelmente mais conhecido pelo projeto colaborativo no Tumblr “the Jogging”, começou a incluir obras de “Bitcoin” físico em seu trabalho há anos. Os bitcoins físicos foram brasonados com chaves privadas reais, e o comprador do trabalho tomou posse das moedas. Os colecionadores sortudos podem ter obtido um retorno enorme com a criptomania do ano passado e provavelmente ainda estão se dando muito bem.

Claro, no obscuro mundo da arte conceitual, o colecionador arriscaria destruir a obra se quisesse retirar os fundos. Eles precisam tomar uma decisão: preferem ter o dinheiro e uma obra de arte danificada ou manter tudo intacto?

COG, 2017 (Photo: Andy Bauch)

Perguntei a Bauch se havia algum incentivo extra em relação à criptomoeda para um comprador da obra. Sim, existe, afirmou o artista. “Eu lhes dou uma dica.”

[Motherboard, Andy Bauch Instagram]

Imagem do topo: Andy Bauch

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