Os planos de TV a cabo oferecidos hoje estão longe de atender nossos hábitos de consumo de mídia. Conheço muita gente (tipo eu) que tem um plano vagabundo de TV por assinatura e “programação complementar” aproveitando a capacidade da internet (Netflix, iTunes, torrents e afins). O nome bonito disso é “TV híbrida”, ou pelo menos é assim que a GVT chama a tendência, que se materializou mais ou menos na forma da GVT TV anunciada ontem. A empresa juntou seu serviço de banda larga bastante rápida com uma oferta de 140 canais (30 em HD) customizáveis, vídeo sob demanda, HD desde o básico, interatividade, um set-top box cheio de funcionalidades e que estarão disponíveis a partir de R$ 59,90. Há alguns valores escondidos aí, mas a oferta pode ficar interessante. Acompanhe:
Às perguntas principais: quanto e quando: ele está disponível a partir de hoje em todas as cidades que a GVT oferece banda larga, mas “em um ambiente controlado” nos próximos 40 dias. Isso deve significar disponibilidade limitada. A campanha publicitária só começa forte no meio de outubro, mas se você é atendido pela GVT, pode tentar a sorte neste site.
A outra questão fundamental, $. Há apenas 3 pacotes, o que é ótimo, porque eu nunca consigo me decidir. Eles não são exatamente baratos, mas são mais “econômicos”, segundo a GVT. Não há exatamente combos e descontos para quem assinar outros serviços da operadora, até porque você precisa ser assinante de banda larga. As ofertas:
SuperHD: 26 canais pagos (5 HD). Todos os canais da Globosat, SporTV 1 e 2, Discovery, Disney, Warner, Sony, Fox, entre outros. R$ 59,90.
Ultra HD: 45 canais pagos (9 HD). Os de cima mais ESPN, AXN HD, Nickelodeon, Disney XD, Cinemax, entre outros. Há os “principais canais de filmes, séries e infantis”. R$ 89,90.
Ultimate HD: 72 canais pagos (14 em HD), mais ESPN Brasil e HD BandSports, CNN, e aquelas tranqueiras em outras línguas que ninguém entende. É aquele pacote pra quem tem preguiça de escolher. R$ 129,90.
Parece meramente ok, há ofertas mais baratas na concorrência, mas o interessante aqui é que qualquer pacote tem o mesmo set-top-box (para gravar e ter as coisas interativas, já chegamos lá) e a possibilidade de aumentar a oferta de canais à la carte. Então, desde o pacote básico você pode incluir individualmente canais de esporte (como o Premiere FC ou Combate), filmes (HBO, os canais Telecine) e putaria (Sexy Hot, Big Brother Brasil, entre outros).
O sinal dos canais vem via satélite (a antena é igual à da Sky), as coisas sob demanda e interatividade vêm via internet e elas se encontram lindamente na caixinha. A GVT diz que mesmo nos pacotes mais básicos, a internet de 5 Mbps (o mínimo da operadora, R$ 49,90) é suficiente para todas as funcionalidades.
Tentamos descobrir o preço dos canais à parte, mas até agora não tivemos respostas da GVT. Então ainda que estejamos empolgados com a ideia inicial (só o fato de não ter de pagar por uma TV árabe só para ganhar canais de filmes é um alívio), resta saber quanto fica a brincadeira no fim das contas. Porque além de ter de necessariamente contratar a internet via GVT (o que é ok, já que é barato), há um DVR que acrescenta funções à caixinha que é alugado à parte, por R$ 29,90 por mês – cada ponto adicional também custará R$ 24,90, e ao menos a programação de um vale pra todos.
Fora o interessante menu de canais, quais são as principais atrações da GVT TV?
Video on Demand
A GVT diz que são mais de 2 mil títulos, séries e documentários, com “todos os grandes lançamentos em HD”. Há coisas gratuitas e os pagos custam a partir de R$ 4,90 por título. Paga um valor mensal e paga quanto quiser.
Outra chance
Se você chegou em casa e perdeu a chance de assistir um programa e esqueceu de gravar, há uma função que pode te ajudar a rever o que passou. Cada estúdio e canal tem uma política (às vezes só vale no mesmo dia, outros por 3 dias). O nome disso é “catch-up TV”, e é o primeiro serviço do tipo no Brasil, segundo a GVT.
Power music club
A GVT faz parte de um grande grupo de conteúdo (com o estúdio Universal e a Activision, por exemplo), então eles podem ter um canal para ouvir músicas, shows, criar, playlists, tudo que você quiser, ilimitado. Pelo que pudemos conferir há uma boa seleção e a interface é bacana.
Interatividade
“Todo mundo tem interesse em previsão do tempo, mas ninguém assiste o canal do tempo”, brincou um dos executivos da GVT. Há um botão de “canal do tempo” que na verdade apenas cobre um pedaço da tela e não interfere a programação, já lembrando das suas cidades favoritas. Há o obrigatório app do Youtube e algumas bobagens como a possibilidade de interagir no Twitter na TV, como se a pessoa não tivesse qualquer outra coisa que fizesse o trabalho mil vezes melhor. Mas os caras da GVT dizem que vão adicionar funções via download depois. O que me faz questionar cada vez mais a necessidade dessas “Smart TVs”.
Gravador digital
A caixinha que fica embaixo da TV também permite pausar a programação ao vivo e retomar depois (com até 3 horas entre o pause e o unpause). Ele tem 500 GB de HD, o que daria para 500 horas em definição normal ou 150 horas em HD, pelas contas da GVT. Lembrando que é um negócio alugado à parte.
Navegação
O controle tem o tamanho normal mas é bem esperto. O painel de navegação é bonito, em HD, e tem lembretes de favoritos, guia de programação em HD, navegação em forma de ícone. O mecanismo de buscas na programação é bacana. Você digita lá o nome de um ator e aparece tudo que vai passar com ele ou que está disponível via VOD. Dali mesmo dá para marcar uma gravação. Apps para tablets e smartphones também estão previstos, como Sky e Net.
Multiroom
A GVT disse que com o recurso, se você gravou um programa no ponto do quarto pode ver na sala – as caixas funcionam como estações que buscam conteúdo multimídia da casa, incluindo o seu computador. Mais ou menos o que o Xbox ou a Apple TV fazem, o que é legal.
Infelizmente nós aqui em São Paulo ainda não podemos testar o serviço. Mas assim que ele ficar disponível no Rio teremos uma avaliação melhor da qualidade da entrega e se os pacotes customizados efetivamente valem à pena. Mas o modelo de dar mais controle sobre a programação ao consumidor certamente nos deixa empolgados. Espere mais detalhes em breve.