Como a Enterprise foi reinventada para “Star Trek: Strange New Worlds”

Nave ganhou design repaginado, mas ainda manteve visual retrofuturista. Veja como o desenhista da produção modernizou a icônica Enterprise
Como a Enterprise foi reinventada para "Star Trek: Strange New Worlds"
Imagem: Paramount+/Divulgação

Como acontece com qualquer fandom, os fãs de Star Trek também experimentaram um misto de empolgação e receio quando foi anunciada a produção de uma nova série que antecedia as viagens do Capitão Kirk — a bordo da icônica espaçonave USS Enterprise.

A preocupação principal, claro, era se as novas histórias respeitariam os acontecimentos da série original. Porém, também existia a incerteza de como a Enterprise clássica – com um visual “retrô” da década de 1960 – seria apresentada para uma audiência moderna e mais jovem.

Felizmente, em sua primeira temporada, “Star Trek: Strange New Worlds” conseguiu entregar um bom equilíbrio entre o velho e novo, apresentando não apenas uma narrativa ousada, inesperada e cativante, mas também uma Enterprise totalmente repaginada.

Para o filme “Star Trek” (2009), produzido por JJ Abrams, a Enterprise também havia sido redesenhada, porém, o design pouco lembrava a nave clássica de Kirk. Na época, a explicação dada para a mudança no visual foi que a história do longa se passava em uma realidade alternativa ao cânone original da série.

Porém, para “Strange New Worlds”, os designers tiveram a (árdua) tarefa de modernizar a antiga Enterprise, mas sem torná-la muito diferente do visual de 56 anos atrás. Afinal, as duas séries dividem a mesma linha de tempo, com poucos anos de diferença entre elas.

A boa notícia é que o trabalho de retrofuturismo agradou até aqueles fãs mais nostálgicos. Um primeiro “spoiler” da nova Enterprise foi vista na série irmã “Star Trek: Discovery”. Porém, somente em “Strange New Worlds”, foi possível ver detalhes do trabalho da equipe de produção.

Enterprise repaginada, mas ainda familiar

No exterior, o design clássico pensado por Gene Roddenberry – o criador de Star Trek – ainda se manteve na nova Enterprise.

Vemos duas naceles de dobra separadas por um espaço vazio, apoiadas na seção de engenharia. Um pescoço ainda sustenta a seção disco. A ponte de comando se manteve no topo do casco da nave.

Até o disco defletor e os coletores de Bussard (aquelas esferas com luzes vermelhas giratórias) foram reaproveitados da série clássica. Todos esses detalhes podem ser vistos na abertura da série:

Passando para o interior, a ponte de comando – o centro nervoso da nave – foi projetada e redesenhada. Mesmo assim, ela ainda permaneceu familiar.

A estrutura e a posição das estações de trabalho são quase as mesmas. Boa parte da infinidade de botões coloridos piscantes foram substituídos – obviamente – por telas sensíveis aos toques. As antigas telas com imagens astronômicas deram lugar aos displays com gráficos que trazem detalhes científicos ou técnicos da nave.

As cores vermelhas e amarelas originais também foram mantidas, mas com um tom mais quente. Com maior orçamento do que na década de 1960, a ponte ficou maior, bem como a tela principal – que também foi redimensionada e recebeu efeitos visuais.

Alguns detalhes clássicos também foram mantidos sem muitos ajustes, como o visor do Spock, as cadeiras dos oficiais da ponte, assim como a cadeira do capitão. É diferente, mas ainda parece a boa e velha Enterprise.

Onde o visual clássico de Star Trek ficou no passado?

As maiores diferenças de design ficaram para outras áreas importantes da nave. Em entrevista para a Variety, o desenhista de produção, Jonathan Lee, revelou que criou uma enfermaria do zero, adotando uma escala maior, com o objetivo de permitir filmagens mais ambiciosas. “Você pode levar a câmera em um carrinho; você pode percorrer todo o set sem parar, e podemos trazer um guindaste para atirar direto nele”, disse Lee.

A engenharia na nave também cresceu em escala, adotando tecnologia de ponta – como a realidade aumentada. Em vez de um cenário físico ou as tradicionais telas verdes, foi utilizado uma tela LED gigante em forma de ferradura que mostrava um cenário virtual 3D. A combinação dessa tecnologia com os adereços reais, criaram o efeito de grandiosidade da área da nave que abriga o reator de dobra.

A sala de teletransporte, corredores da nave e alojamentos da tripulação também foram modernizados, com um ou outro easter egg à mostra – algo que só um bom trekker “raiz” teria capacidade de notar.

Ainda na entrevista, Lee deu um spoiler de que, na segunda temporada, será possível ver outras partes da nave que ainda não foram apresentadas ao público. Entre elas, está um laboratório de ciências, o tubo de nacele, assim como a doca de naves auxiliares.

Os 10 episódios da primeira temporada de Star Trek: Strange New Worlds estão disponíveis no Paramount+. As gravações da 2ª temporada já foram encerradas, com previsão para lançamento apenas em 2023.

Hemerson Brandão

Hemerson Brandão

Hemerson é jornalista, escreve sobre espaço, tecnologia e, às vezes, sobre outros temas da cultura nerd. Ele também é grande entusiasta de astronomia, interessado em exploração espacial e fã de Star Trek.

fique por dentro
das novidades giz Inscreva-se agora para receber em primeira mão todas as notícias sobre tecnologia, ciência e cultura, reviews e comparativos exclusivos de produtos, além de descontos imperdíveis em ofertas exclusivas