Como a NASA criou o incrível sistema para pousar o robô Curiosity em Marte

Adam Steltzner passou nove anos trabalhando para transformar sete minutos de terror em um dos melhores momentos da NASA desde a aterrissagem da Apollo 11 no Mar da Tranquilidade, na Lua. Ele mostra como aconteceu, por dentro, uma das mais incríveis conquistas espaciais na história da humanidade. E aqui ele explica como, quando e por […]

Adam Steltzner passou nove anos trabalhando para transformar sete minutos de terror em um dos melhores momentos da NASA desde a aterrissagem da Apollo 11 no Mar da Tranquilidade, na Lua. Ele mostra como aconteceu, por dentro, uma das mais incríveis conquistas espaciais na história da humanidade.

E aqui ele explica como, quando e por que tudo isso aconteceu: uma história de inovação, companheirismo e coragem que resultou em vitória – mesmo quando muitos esperavam que eles fracassassem.

Sem eureka

Steltzner era responsável pela EDL, acrônimo em inglês da fase de Entrada, Descida e Aterrissagem em Marte. A história da EDL foi, acima de tudo, uma história de trabalho duro, criação, testes e novos testes.

Não houve um momento mágico de eureka nesse desafio. Steltzner, chefe de desenvolvimento da EDL, e sua equipe passavam suas horas de trabalho em sessões de brainstorming intenso. Uma delas, onde surgiu o agora famoso “skycrane”, durou três dias. O skycrane ajudou a aterrissar o robô Curiosity, usando foguetes para reduzir sua velocidade de queda.

Aos poucos, refinando ideias anteriores, virando outras do avesso, e então ajustando-as até elas se encaixarem direitinho, Steltzner e sua equipe inventaram e desenvolveram uma forma genialmente louca de aterrissar um veículo na superfície de outro planeta. Só restou esperar quase uma década para ver se tudo funcionaria como esperado.

A experiência de sete minutos

O momento finalmente chegou, mais de oito meses depois que o Curiosity foi lançado ao espaço. À medida que 5 de agosto se aproximava – quando o robô chegaria a Marte – o entusiasmo de todos se transformava em nervosismo. Mas na noite da EDL, o treinamento se sobrepôs a tudo. Como diz Steltzner, seu cérebro entra em modo automático. O medo ainda estava lá, mas todo mundo estava focado e concentrado.

Era o momento “tudo ou absolutamente nada” deles. E foi essa a música de Frank Sinatra (“All or Nothing at All”) que Steltzner escolheu para começar a missão. A equipe cantou a música bem alto na sala de controle, antes das câmeras de TV transmitirem o lançamento. Era adrenalina saltando aos ouvidos. E então, começou a contagem regressiva.

Alguns minutos depois, tudo acabou. Enquanto milhões assistiam tudo na TV ou internet, tudo funcionou exatamente como planejado. A Curiosity chegou à superfície de Marte, e ninguém conseguiu conter a euforia. Depois, na primeira conferência à imprensa, Steltzner ficou emotivo ao falar sobre sua equipe. Ele também fala sobre a equipe no vídeo acima, e a melancolia depois que o trabalho chegou ao fim: depois de anos trabalhando juntos, veio a tristeza de saber que eles sentiriam falta uns dos outros.

Futuro

Esperamos que muitos desses homens e mulheres possam trabalhar juntos de novo. Mas ainda não ficou claro o que vai acontecer no futuro. A NASA já mostrou ao mundo que ainda consegue transformar em realidade algo aparentemente impossível. Ninguém tem o talento, conhecimento e habilidade tecnológica para realizar isto.

Mas apesar da NASA ter alcançado um dos maiores feitos na história da exploração interplanetária, o futuro ainda é bastante incerto. Steltzner quer ir para Europa, a lua de Júpiter onde cientistas acreditam que exista vida. Não apenas fósseis ou restos de organismos: vida mesmo, escondida em oceanos.

Mas mesmo que esta nova missão tenha um custo estimado de apenas dois bilhões de dólares, não há nada planejado para o futuro. Nada mesmo.

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