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Como a vida no espaço muda o sistema imunológico humano

Estudo mostrou que o sistema imunológico dos seres humanos parece funcionar de forma menos eficaz fora da Terra

Imagem: NASA/Reprodução

Longas viagens espaciais são um desafio não apenas para as agências e empresas espaciais, mas também representam um risco para a saúde dos astronautas. Além de perigos como a radiação espacial, o sistema imunológico parece funcionar de forma menos eficaz fora da Terra.

Um estudo publicado neste ano por pesquisadores da Universidade de Ottawa analisou como o sistema imunológico dos astronautas da Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês) mudou ao longo de um período de seis meses.

Eles fizeram isso coletando dados dos transcriptomas imunológicos dos astronautas. Os transcriptomas são mapeamentos de DNA que registram todas as mudanças que ocorrem nos genes humanos, incluindo os responsáveis pela imunidade.

A equipe descobriu que 297 genes foram afetados por seis meses de voo espacial, e 100 deles estavam relacionados a respostas imunológicas.

Esse tipo de alteração deixaria os ocupantes de naves e foguetes mais expostos a pegar infecções. E também com menor capacidade de combater vírus, bactérias e tumores.

Imunidade volta aos poucos

A boa notícia é que, após o retorno à Terra, a resposta imunológica voltava aos poucos ao normal. “O oposto aconteceu quando eles retornaram à Terra, e a expressão desses genes relacionados ao sistema imunológico aumentou”, disse a pesquisadora responsável pelo estudo Odette Laneuville à DW.

Os pesquisadores ainda não sabem ao certo como os voos espaciais enfraquecem o sistema imunológico. Apesar de não indicar uma causa exata, o estudo aponta que essas mudanças parecem ser formas de o corpo lidar com as alterações no fluxo sanguíneo que ocorrem na microgravidade, além de outros fatores como a radiação e as questões emocionais.

“O ambiente espacial é hostil para o corpo humano – tem microgravidade, radiação cósmica, estresse e isolamento. Nosso estudo demonstra que os glóbulos brancos dos astronautas estão respondendo a todos esses estressores, e principalmente [através] do padrão de expressão genética “, disse Laneuville.

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