O Vaticano confirmou nesta quarta-feira (7) que o papa Francisco vai passar por uma cirurgia no abdômen para recuperar uma hérnia ainda hoje. O argentino de 86 anos deve permanecer internado por “vários dias”, disse a autoridade da Igreja Católica.
Segundo o porta-voz Matteo Bruni, a hérnia está “causando sintomas recorrentes, dolorosos e agravantes”. “A permanência na unidade de saúde vai durar vários dias para permitir o curso pós-operatório normal e a recuperação funcional total”, completou.
O papa realizou sua audiência semanal normalmente nesta quarta-feira, e não mencionou a operação. Agora, todas as audiências estão canceladas até 18 de junho como “medida de precaução”.
Nos últimos anos, Francisco enfrentou uma série de problemas de saúde. Ele já usa uma bengala e cadeira de rodas para circular em público por causa de problemas no joelho.
Como é a cirurgia de hérnia do Papa Francisco
A Santa Sé não compartilhou detalhes, mas disse que o procedimento inclui uma laparotomia e cirurgia na parede intestinal. Por causa da complexidade, o pontífice passará por anestesia geral.
Uma hérnia na parede abdominal ocorre quando há o deslocamento do tecido para uma abertura anormal. Essa abertura geralmente acontece quando há enfraquecimento da musculatura da parede do abdômen e a única forma de consertar, quando há incômodo, é por cirurgia.
De modo geral, os cirurgiões abrem o abdômen e colocam uma tela especial, semelhante com uma rede de nylon, para “cobrir” o defeito. Antes, eles puxam o tecido que entrou na abertura e “tapam” com a prótese, com a intenção de diminuir as chances do local abrir novamente.
Segundo o Vaticano, a cirurgia será feita como laparotomia, o que significa que a cirurgia será mais invasiva, visto que o Papa terá o abdômen aberto.
Outra forma de curar uma hérnia é através da laparoscopia, na qual o cirurgião faz pequenos furos e usa câmeras para corrigir o problema. A escolha entre um método e outro varia conforme o tamanho da hérnia e os fatores do paciente.
Francisco já rejeitou a ideia de renunciar ao cargo, como fez Bento 16, seu antecessor, em 2013. “Você não dirige a Igreja com um joelho, mas com a cabeça”, disse ele no ano passado, com seu conhecido bom humor.
A agenda de visitas a Portugal e Mongólia, a partir de agosto, continua inalterada.