Ciência

Como este besouro brasileiro pode ajudar a polícia a resolver crimes

Pesquisadores da UFPR descobriram duas novas espécies de besouros brasileiros com um comportamento capaz de auxiliar a ciência forense
Imagem: Ana Paula Buss/ DBD/ UFPR/ Reprodução

A UFPR (Universidade Federal do Paraná) divulgou a descoberta de duas novas espécies de besouro: a Aleochara capitinigra e a Aleochara leivasorum. Pertencentes à mesma família, Staphylinidae, ambas podem ser utilizadas em estudos forenses — ou seja, investigações criminais envolvendo cadáveres.

A descoberta foi feita por um grupo de pesquisa que investiga a biodiversidade de alguns grupos de besouros. Os resultados estão publicados em artigo na revista científica internacional Zootaxa.

Sobre as descobertas

Uma das espécies, a Aleochara capitinigra, tem como característica física a cabeça preta. Ela foi encontrada em Rio Branco (AC), em uma área de floresta fragmentada próxima à capital do Acre.

Já a outra espécie, a Aleochara leivasorum, se diferencia pelo formato de seu abdômen e pelas partes que utiliza para copular. Ela foi encontrada em três cidades do Paraná, também um locais em que pedaços de floresta se misturam ao cenário urbano.  Por isso, pesquisadores ressaltaram a importância dessas áreas verdes, que mesmo degradadas, ainda são abrigo de animais no Brasil.

De acordo com a pesquisa, ambas as espécies de besouro são reguladoras naturais das populações de moscas. Isso porque elas são parasitas das pupas desses insetos. Dessa forma, se alimentam das moscas quando ainda estão em transição entre as fases de larva e adulta.

Besouro na cena do crime

Em geral, as moscas que alimentam as duas novas espécies de besouro são necrófagas, ou seja, colonizam cadáveres – e costumam ser as primeiras a fazerem isso. Dessa forma, quando uma pessoa morre, a presença das larvas dessas moscas atraem os besouros.

Assim, quando especialistas que investigam um crime analisam o cadáver e encontram esses insetos, já sabem que a pessoa morreu há algumas horas. Ao identificar também a espécie do besouro, é possível revisitar seu ciclo de vida e comportamento para obter informações mais precisas.

Por exemplo, é possível saber por quanto tempo o cadáver ficou exposto, se ele foi retirado do local da morte e o que causou a fatalidade.

De acordo com os pesquisadores, novos estudos devem explorar ainda mais as características das duas novas espécies de besouro para que, no futuro, elas sejam úteis para profissionais da área forense.

Bárbara Giovani

Bárbara Giovani

Jornalista de ciência que também ama música e cinema. Já publicou na Agência Bori e participa do podcast Prato de Ciência.

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