Estes são os primeiros indícios de como o Facebook planeja ler sua mente

Em abril, durante a conferência anual de desenvolvedores do Facebook, a empresa anunciou um plano ambicioso, e muito assustador, de ler a mente de seus usuários. A divisão de pesquisa e desenvolvimento do Facebook, a Building 8, planejava desenvolver seu próprio hardware de “interface cérebro-máquina”, que permitiria ao usuário enviar palavras direto de seu cérebro para […]

Em abril, durante a conferência anual de desenvolvedores do Facebook, a empresa anunciou um plano ambicioso, e muito assustador, de ler a mente de seus usuários. A divisão de pesquisa e desenvolvimento do Facebook, a Building 8, planejava desenvolver seu próprio hardware de “interface cérebro-máquina”, que permitiria ao usuário enviar palavras direto de seu cérebro para um computador apenas com o pensamento. Mas, até agora, ouvimos detalhes escassos sobre como exatamente o Facebook planeja alcançar isso.

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“Parece impossível”, disse a chefe do Building 8, Regina Dugan, na época. “Mas está mais próximo do que você pode imaginar.” Dentro de “alguns anos”, ela disse, suas pesquisas buscam criar um sistema que permita às pessoas digitar com seus pensamentos três vezes mais rápido do que com um smartphone.

Durante uma conferência do MIT Media Lab na segunda-feira (18), o chefe de projetos e neurocientista Mark Chevillet deu algumas pistas a mais sobre como esse objetivo de longo prazo pode ser alcançado.

Sua equipe, contou ele à plateia, planeja usar sensores não invasivos para detectar sinais cerebrais associados com uma pessoa pensando em uma palavra, usando então um algoritmo para descobrir qual a palavra desejada é, de acordo com uma reportagem da conferência publicada pelo STAT News. A inteligência artificial também vai provavelmente ter um papel nisso tudo, ajudando a determinar quais das várias palavras possíveis é de fato a que o usuário estava pensando. E a equipe está se inclinando a usar uma tecnologia chamada tomografia óptica difusa para realizar tudo isso, o que funcionaria ao projetar luz infravermelha em tecidos cerebrais, deduzindo padrões de neurônios baseado em como a luz se espalha.

De acordo com o STAT, Chevillet tratou a tecnologia como uma solução para o fato de que as pessoas não gostam de usar o serviço de reconhecimento de voz para enviar mensagens quando estão ouvindo os outros, mesmo que isso seja um jeito mais rápido de digitar.

O Facebook não é o primeiro a estabelecer o objetivo de construir uma interface cérebro-máquina. A DARPA, que Dugan costumava comandar, investiu pesado em tecnologias de interface cérebro-maquina para coisas como o tratamento doenças mentais e a restauração de memórias de soldados feridos na guerra. Mais recentemente, o Vale do Silício se viu em uma “corrida armamentista” para a construção de uma interface cérebro-máquina que nos permita nos comunicarmos por pensamento. Neste ano, Elon Musk revelou uma nova empresa de interface cérebro-máquina, a Neuralink. Assim como o empreendedor Bryan Johnson, do Vale do Silício, e a aprendiz do Facebook Mary Louise Jepsen (Open Water).

E embora elas possam parecer coisa de ficção científica, as interfaces cérebro-máquina já tiveram um sucesso impressionante. Pesquisadores usaram sistemas desses para permitir que pessoas com deficiência controlassem membros paralisados ou de prótese. Mas estimular o córtex motor do cérebro é muito mais simples do que ler os pensamentos de uma pessoa e então traduzi-los em algo que possa ser lido por um computador. Essa tecnologia ainda está em sua primeira infância, e alguns cientistas são céticos quanto à possibilidade de ela algum dia existir. Outros levantam a sobrancelha para a ideia de fazê-la “dentro de alguns anos”.

A tomografia óptica difusa, que Chevillet disse que sua equipe pode usar, já é uma tecnologia com mais de uma década de idade, que consegue com sucesso reproduzir grandes partes do cérebro de uma vez. Mas, ainda assim, por enquanto ela não consegue espreitar muito profundamente dentro do cérebro, só arranhando a superfície do nível de detalhe obtido com uma imagem por ressonância magnética funcional.

O objetivo final do Facebook é construir um mundo online que pareça imersivo e real. Isso pode ser difícil, no entanto, se para fazê-lo for preciso que os usuários vistam algo que se pareça com isso:

Imagem do topo: AP

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