Ucrânia é referência internacional em barriga de aluguel; como fica agora?

Revista norte-americana The Atlantic mostra como fica a situação das mulheres com barrigas de aluguel em meio à guerra na Ucrânia
Barrigas de aluguel Ucrânia
Imagem: Amr Taha™/Unsplash/Reprodução

A Ucrânia é um dos poucos países no mundo que permite que estrangeiros entrem em acordos de barrigas de aluguel. Ou seja, pessoas de outras nacionalidades procuram mulheres ucranianas para gestar seus filhos. Há, inclusive, clínicas de fertilidade voltadas ao serviço no país.

Mas ninguém conta que uma guerra pode impactar nos negócios. Em situações do tipo, engenheiros, comerciantes e professores podem deixar seus cargos para cuidar de suas vidas. Mas e as barrigas de aluguel, elas podem simplesmente fugir enquanto carregam o bebê de outras pessoas dentro de si? 

A indagação foi feita pela revista americana The Atlantic, que começou a acompanhar casos de barrigas de aluguel quando a guerra era ainda uma ameaça na Ucrânia. Profissionais da agência Delivering Dreams chegaram a dizer que não estavam preocupadas com o risco, mas os futuros pais que viviam nos EUA e Canadá já sentiam a tensão. 

A preocupação dos clientes levou a empresa a tomar providências. Primeiro, foi feita uma reunião via Zoom aconselhando os pais que iam buscar recém-nascidos em breve a separar dinheiro, para caso os bancos quebrassem, e também comprar passagens aéreas flexíveis.

As barrigas de aluguel também estavam com o passaporte em dia e poderiam ser tiradas do país em caso de emergência. Não era possível afirmar onde a criança nasceria, seja dentro de alguma região administrativa da Ucrânia ou em países vizinhos.  

Outra empresa, a BioTexCom, disse ao The Atlantic que havia garantido um abrigo antiaéreo para proteger pais, barrigas de aluguel e recém-nascidos. O espaço era equipado com camas, berços, sacos de dormir, máscaras de gás, alimentos, suprimentos médicos, água corrente, entre outras regalias. A guerra estourou, mas a jornalista responsável pela matéria não obteve informações sobre o uso dos asilos.

Algumas barrigas de aluguel foram tiradas de Kiev e enviadas para o oeste do país antes mesmo do primeiro ataque russo. Parte delas relatou que não se sentiu confortável com a decisão de ficar longe de sua família.

De um lado, estão os pais de primeira viagem que se preocupam na segurança de seus bebês na barriga de outra pessoa. Do outro, estão as mulheres que gostariam apenas de tomar decisões sobre sua própria vida. Um emprego inoportuno para uma época de calamidade.

Carolina Fioratti

Carolina Fioratti

Repórter responsável pela cobertura de saúde e ciência, com passagem pela Revista Superinteressante. Entusiasta de temas e pautas sociais, está sempre pronta para novas discussões.

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