Em algumas horas começa a Black Friday: em 29 de novembro, lojas online prometem oferecer descontos enormes em uma enorme gama de produtos. Ela ocorre desde 2010 e segue a tradição dos EUA; mas, por aqui, a Black Friday sofre dos mesmos problemas. Com a sobrecarga de acessos, os sites ficam lentos ou saem do ar; e as ofertas nem sempre são vantajosas – há lojas que inflam o preço dos produtos para o desconto parecer maior do que o real. (Isso está acontecendo agora mesmo.)
Felizmente, você pode se defender contra essas práticas usando algumas dicas simples. São três passos: ver se a oferta vale a pena; ver se a loja é confiável; e agir rápido, mas ter paciência.
1) Essa oferta é boa mesmo?
Uma prática muito comum das lojas na Black Friday é inflar o preço dos produtos: “tudo pela metade do dobro”, como dizem por aí. É um dos motivos pelos quais a BF é encarada com ceticismo. No entanto, dá para conseguir ofertas muito boas nesta sexta-feira. Você só precisa descobrir: esta é uma oferta de verdade?
Há pelo menos três sites que acompanham a evolução dos preços de produtos. O que mais gostamos é o JáCotei: ele conta apenas com lojas grandes e estabelecidas, e exibe um histórico do menor preço em todas elas.
Para usar, é simples: digite o nome do produto; depois de encontrá-lo, clique nele; e, na página que abre, clique em “Gráfico de Preços”. Você verá o valor mínimo alcançado nos últimos seis meses. O preço na Black Friday está maior? Então pode deixar essa “oferta” de lado.
Outro site para acompanhar preços é o Baixou; fazemos o Dealzmodo, com as melhores ofertas do fim de semana, em parceria com eles. No site, você verá o preço mínimo dos produtos em cada loja, mas não o preço mínimo geral (englobando todas as lojas) como no JáCotei. Porém, como o Baixou monitora a maioria das participantes da Black Friday, se uma loja aumentar o preço entre hoje e amanhã, seu gráfico deixará isso bem claro.
Além disso, eles oferecem uma extensão de navegador chamada Baixou Agora. É uma barra que aparece apenas nos sites das lojas, mostrando se há preços melhores em outra loja. Ela está disponível para Chrome, Firefox, Safari e Internet Explorer.
O Buscapé também mostra como evoluíram os preços de determinado produto. Basta ir ao site, procurar o item, clicar nele e depois ir em “Histórico de Preço”. Lá, você verá apenas o preço mínimo durante os últimos 30 dias. O problema é que isto reúne o valor cobrado por lojas com avaliação E-bit baixa ou inexistente – e os preços dessas lojas são suspeitosamente baixos.
O Buscapé também oferece um plugin para acompanhar preços. O Buscapé Na Hora exibe um pop-up no canto direito quando você visita uma loja online: ele traz os preços do mesmo produto, mas em outras lojas. Não se trata de uma extensão para navegador; é um programa que funciona apenas no Windows.
2) Essa loja é confiável?
OK, você encontrou uma ótima oferta. Mas não adianta nada você pagar um preço baixo se a loja não vai entregar o produto. E algumas lojas têm nome estranho, outras são meio obscuras… em quem confiar?
Primeiro, dê uma olhada na lista elaborada pelo Procon-SP de lojas a evitar. A lista foi atualizada recentemente, e reunimos aqui os sites que ainda estão em funcionamento. Ela inclui empresas que não respondem às reclamações de consumidores, nem a notificações do Procon.
O Buscapé também reúne lojas não-recomendadas, “com práticas comerciais não-confiáveis”; a lista completa está aqui. No entanto, as lojas só entram na lista negra quando já é tarde demais. Por isso, elas não bastam.
Se você quer saber a reputação atual de uma loja, visite o Reclame Aqui ou o Reclamão.com. Não se assuste caso haja muitas reclamações – dependendo do tamanho da loja, isso é esperado. Mas quantas reclamações não foram atendidas? Qual o principal motivo? Quantas pessoas “voltariam a fazer negócio”?
Mesmo que você conheça a loja, vale a pena conferir o status dela em reclamações, pois isso pode mudar com o tempo. Eu já comprei em uma loja confiável que, agora, está com reputação “Regular” no ReclameAqui – ela atrasa as entregas e dificulta o reembolso.
3) Seja rápido e tenha paciência
Decidiu comprar algo? Dependendo da oferta na Black Friday, o produto esgota muito rápido. É porque as lojas oferecem um estoque bem limitado a preços baixos, e raramente deixam isso claro. Por isso você tem que correr quando vir uma oferta interessante: em questão de minutos, ela pode acabar.
(A única exceção que consigo imaginar é no Steam: se você quer um jogo, espere pelo Daily Deal, quando eles oferecem descontos ainda maiores para certos títulos.)
Claro, isso não depende só de você: os sites ficam congestionados, e efetuar uma compra dá trabalho. As lojas devem ficar fora do ar devido à demanda. Por isso, você precisa ter paciência e insistir, até conseguir fechar o pedido.
Há sites que acabam mudando o preço do produto depois que você o coloca no carrinho. Essa prática é indevida, mas você pode se garantir: guarde os prints das telas que exibem o preço do produto e a confirmação do pedido.
As ofertas da Black Friday
A Black Friday no Brasil está concentrada nos sites Busca Desconto e SaveMe, reunindo mais de 20 grandes varejistas. Sites de comparação de preços, como o Buscapé e o Baixou, também prometem reunir as maiores ofertas. Neles, você pode fazer seu cadastro e receber por e-mail as ofertas da BF – mas lembre de seguir nossas dicas antes de sair comprando.
Além disso, fique de olho nas redes sociais: lojas como Ponto Frio e Kabum divulgam ofertas apenas através do Twitter ou Facebook. É uma boa hora para segui-las (você pode desfazer isso depois!).
E é claro, teremos um Dealzmodo especial para a Black Friday, então fique ligado.
Fique atento também para a Cyber Monday: assim como nos EUA, a segunda-feira após a Black Friday (2 de dezembro) promete um saldão de itens de tecnologia.
Agora mesmo, há lojas que estão inflando o preço de alguns produtos, então não espere conseguir um desconto real em todos eles. Fique esperto, siga as dicas acima e aproveite a Black Friday – apesar dos pesares, sempre tem alguma oferta que vale a pena aproveitar.