Como os abacates trocam de sexo da noite para o dia

As folhas do fruto são hermafroditas, apresentando aparelhos reprodutores feminino e masculino, que funcionam em horários distintos
Como os abacates trocam de sexo da noite para o dia
Imagem: Nur Afni Setiyaningrum/Unsplash/Reprodução

Ao nascer, os seres humanos podem apresentar o sexo biológico feminino (XX) ou masculino (XY), desenvolvendo diferentes órgãos reprodutores. Mas há quem tenha apenas um cromossomo sexual ou até mesmo três, sendo caracterizada como pessoa intersexo. 

Essa é uma particularidade da nossa espécie que não se replica a todas as outras. As folhas de abacate, por exemplo, são hermafroditas. O fruto apresenta uma certa fluidez de gênero, podendo destacar sua parte feminina durante a manhã e a seção masculina a tarde, por exemplo.

Para entender sobre isso, é preciso relembrar brevemente sobre o sexo das plantas. Insetos polinizadores retiram o pólen (equivalente ao espermatozoide) das anteras de uma flor (parte reprodutiva masculina) e o encaminham até o estigma (parte reprodutiva feminina).

Os abacates possuem tanto flores masculinas quanto femininas em uma mesma planta. Porém, elas não abrem ao mesmo tempo, o que dificulta o cultivo. Basicamente, os insetos polinizadores podem fertilizar a planta, mas levarão dois dias para completar o serviço.

Como forma de facilitar, os cientistas separam o fruto em plantas do tipo A e plantas do tipo B. As primeiras tem a abertura de sua flor durante a manhã, com apenas o estigma ficando receptivo. Ela se fecha ao meio dia, voltando a se mostrar apenas na tarde do dia seguinte, dessa vez com a parte masculina disponível. 

No grupo B, o processo se repete, mas em horários diferentes. A primeira abertura ocorre após o meio dia, fechando-se ao entardecer. Depois, a planta reabre na manhã do dia seguinte.

Para facilitar o trabalho, os agricultores plantam os diferentes tipos de abacate de forma intercalada, permitindo que sempre haja um sistema reprodutivo masculino e outro feminino disponíveis ao mesmo tempo. Uma tática simples para encher o pomar.

Carolina Fioratti

Carolina Fioratti

Repórter responsável pela cobertura de saúde e ciência, com passagem pela Revista Superinteressante. Entusiasta de temas e pautas sociais, está sempre pronta para novas discussões.

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