Como os ataques de 11 de setembro criaram uma distopia de vigilância nos EUA
Passada a onda de horror causada pela morte repentina de 2.977 cidadãos, o que restou aos EUA foi tentar assimilar o simbolismo por trás dos ataques de 11 de setembro de 2021 — 20 anos atrás. Os alvos dos aviões, as torres do World Trade Center, eram ícones da supremacia global estadunidense. A principal mensagem, no entanto, era outra: a segurança nacional dos EUA parecia ser mais frágil do que qualquer um poderia supor. Como, afinal, uma organização terrorista internacional enviou homens para o país e conseguiu tirar do papel um plano dessa magnitude?
“Investigações feitas por jornalistas e pelo Congresso dos EUA depois dos atentados mostraram que, se as agências de inteligência norte-americanas tivessem uma atuação mais efetiva e, principalmente, mais coordenada, o 11 de setembro seria evitável”, diz José Antonio Lima, professor de Geopolítica e Economia Internacional da Faculdade Cásper Líbero. “Vários terroristas que participaram daquele ato estavam na lista das agências. Então, houve um conjunto de falhas que permitiram um ataque desse tamanho”.