Como os hormônios influenciam no comportamento social dos gatos

Estudo feito no Japão mostrou que os animais com maiores níveis de oxitocina, ou o "hormônio do amor", tendem a se aproximar menos de outros felinos
A Imagem mostra dois gatos, um cinza e outro branco, deitados lado a lado demonstrando comportamento social.
Imagem: Fuu J/Unsplash/Reprodução

Cada gato tem sua própria personalidade. Alguns são mais abertos à chegada de novos felinos no recinto, enquanto outros não suportam a ideia de ter que dividir seu espaço. Mas o que exatamente está por trás dsse comportamento?

Foi isso que pesquisadores da Universidade de Azabu, no Japão, investigaram em novo estudo publicado na revista científica Plos One. De acordo com os cientistas, a resposta pode estar nos níveis hormonais e até mesmo na microbiota intestinal dos gatos.

A equipe analisou 15 gatos que viviam em abrigos. Os animais foram divididos em grupos de cinco e colocados durante duas semanas em salas de 28 m2. Durante esse período, os felinos foram monitorados por câmeras e também tiveram a urina e fezes coletadas para exames. 

Então, os cientistas mediram os níveis de hormônios e analisaram as espécies microbianas presentes no cocô. Os gatos com concentrações mais altas de cortisol e testosterona exibiam menos comportamentos sociais – como se lamber, compartilhar comida ou cheirar –, enquanto aqueles com quantidades mais baixas de cortisol e testosterona eram mais sociáveis. 

Os animais com microbiotas semelhantes também interagiam mais entre si, enquanto aqueles com níveis altos de testosterona eram mais propensos a tentar escapar.

Mas a maior surpresa foi relacionada a oxitocina, também conhecida como hormônio do amor. Gatos com maiores níveis do hormônio apresentavam menos comportamentos sociais, ao contrário do que é visto em outras espécies.

O estudo não encontrou relação entre os hormônios e o comportamento animal. Mais pesquisas são necessárias para elucidar essas questões. Os pesquisadores pretendem realizar ensaios maiores, analisando também como a relação com outros animais na infância e as mudanças nas condições ambientais podem afetar as maneiras do felino.

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Carolina Fioratti

Carolina Fioratti

Repórter responsável pela cobertura de saúde e ciência, com passagem pela Revista Superinteressante. Entusiasta de temas e pautas sociais, está sempre pronta para novas discussões.

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