Pesquisadores tentando determinar a idade de indivíduos falecidos estão tendo sucesso com um método novo: examinar as bocas das pessoas. Os testes nucleares da década de 50, ao que parece, transformaram os dentes destas pessoas em relógios radioativos.
Os testes nucleares acima do solo realizados na metade do século introduziram quantidades significativas de carbono radioativo na atmosfera — e em todas as coisas vivas. E apesar das nossas células da pele se renovarem constantemente, o esmalte dos nossos dentes só é criado uma vez, e preserva características do meio ambiente em que foi formado. A Forbes explica a ciência:
O elemento carbono geralmente tem seis prótons e seis nêutrons, sendo chamado de carbono 12. Mas raios cósmicos entrando na nossa atmosfera às vezes batem no nitrogênio abundante da nossa atmosfera e acabam criando uma forma de carbono com dois nêutrons extras, chamada carbono 14…
Os testes nucleares acima do solo que começaram em 1955 liberaram na atmosfera enormidades de nêutrons de alta energia, que acabaram criando muito mais carbono 14 do que o normal.
Medir a quantidade precisa de carbono em um dente permite aos pesquisadores determinar quando aquele dente foi formado com um grau de precisão curiosamente alto. Em um novo estudo, uma equipe analisou 41 dentes e conseguiu determinar a idade dos indivíduos a quem eles pertenciam com apenas dois anos de margem de erro. Nada mal.
É claro que a técnica vai ficando menos útil à medida que o carbono radioativo produzido pelas bombas decai, e que o método só funciona em indivíduos nascidos durante ou depois dos anos 50. Mas, fora isso, os dentes não mentem. [Forbes]