Como um vírus vegetal pode fazer baterias de lítio durarem até 10 vezes mais

O Vírus do Mosaico do Tabaco (TMV, na sigla em inglês) é uma fera destrutiva que infecta mais de 100 espécies diferentes de plantas, incluindo tomates. Mas ele pode ter um estranho efeito colateral benéfico: incorporado a baterias de lítio, ele pode aumentar a capacidade de armazenamento de energia em dez vezes. Cientistas americanos já descobriram um […]

Vírus do Mosaico do Tabaco (TMV, na sigla em inglês) é uma fera destrutiva que infecta mais de 100 espécies diferentes de plantas, incluindo tomates. Mas ele pode ter um estranho efeito colateral benéfico: incorporado a baterias de lítio, ele pode aumentar a capacidade de armazenamento de energia em dez vezes.

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Cientistas americanos já descobriram um jeito de revestir as pequenas células em formato de bastão do vírus com materiais eletro-condutivos. Mas a descoberta mais recente foi ver os nanobastões incorporados à tecnologia de baterias, com benefícios impressionantes. O vírus mosaico de tabaco é um perfeito candidato por ter o tamanho e formato exatos para ajudar na construção de eletrodos de bateria, além de ser auto-replicante, auto-montável e poder se fixar em metal.

A ideia é que os nanobastões do TMV sejam ligados aos eletrodos em uma célula de lítio – sem a necessidade de um agente de ligação – e automaticamente aumente a área de superfície do eletrodo. Esta é uma questão crítica no design de baterias, já que afeta quanta carga elétrica a bateria consegue segurar, e os benefícios do TMV significam que uma célula similar poderá segurar até dez vezes mais carga do que uma convencional.

Isso tem diversas implicações para a tecnologia móvel. Imagine cada bateria de cada eletrônico móvel que você tem durando dez vezes mais. Isso significaria que os novos MacBooks Airs poderiam ficar em standby por 10 meses, ou que o Kindle só precisaria de uma recarga por ano. Os smartphones poderiam ter tempo útil (de conversação) estendidos para até uma semana. Até um impacto ambiental positivo poderia ser sentido, já que pararíamos de fazer coisas como deixar o smartphone carregando durante as 8 horas do nosso sono, mesmo sabendo que ele não demora mais do que uma hora para chegar em 100%.

Ou, em outro cenário, as baterias poderiam ser feitas com as mesmas capacidades que têm agora, mas dez vezes menores, possibilitando a criação de gadgets realmente pequenos e leves, que não são possíveis agora. Micro-baterias também seriam possíveis, o que significa que baterias recarregáveis poderiam substituir as descartáveis em aparelhos como os de surdez.

Se os cientistas da Universidade de Maryland que estão à frente desta pesquisa encontrarem um modo de trazer a descoberta à escala comercial, os envolvidos com o cultivo de tabaco estarão contibuindo mais positivamente para a sociedade, e o modo como pensamos a respeito — e usamos — as tecnologias móveis poderão mudar radicalmente.

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