Ciência

Cientistas encontram a via que o cérebro usa para se comunicar com o corpo

Em experimento, pesquisadores descobriram que neurônios do tálamo e do subtálamo absorvem informações sobre respiração e batimentos cardíacos
Imagem: ColiN00B/ Pixabay/ Reprodução

Cada batimento cardíaco e respiração de uma pessoa cria um fluxo de informações sensoriais que vai para o cérebro. Muitas vezes, esses dados nem alcançam a consciência, mas ainda assim são essenciais para manter o corpo saudável e funcionando. 

Agora, pesquisadores descobriram o caminho que essas informações fazem. Em um novo estudo publicado na revista PNAS (Proceedings of the National Academy of Sciences), eles revelam que neurônios específicos no tálamo estão ativamente envolvidos no processamento de sinais cardíacos e respiratórios. 

Entenda a pesquisa que desvenda a comunicação entre o cérebro e o corpo

Cientistas acompanharam durante anos pacientes que tratavam condições neurológicas com cirurgia de estimulação cerebral profunda registrada por microeletrodos. 

Com esses dados em mãos, eles analisaram a atividade de neurônios relacionados às funções cardíacas e respiratórias em três regiões do cérebro diferentes, que fazem parte da estrutura do tálamo e do subtálamo.

Elas estão localizadas no centro do cérebro e são responsáveis por transmitir e integrar diversos impulsos motores e sensitivos entre o sistema nervoso. De acordo com os resultados da nova, 70% dos neurônios nessas partes foram modulados pelo ritmo dos batimentos cardíacos ou pela respiração dos participantes.

Além disso, o estudo também concluiu que cerca de 30% desses neurônios do tálamo e do subtálamo respondem a mais de um dos sinais testados – batimentos cardíacos e respiração. Para os autores, essa é uma proporção considerável, o que sugere que há integração de sinais cardíacos e respiratórios nessas células nervosas.

Por fim, a pesquisa demonstrou que a resposta desses neurônios específicos varia bastante em termos de tempo e tipo de estímulo que os aciona. Dessa forma, os cientistas concluem que essas regiões processam as informações dos sinais vitais e, assim, permitem que o cérebro assuma efetivamente seu papel na regulação das funções corporais.

Agora, os pesquisadores esperam que os resultados do estudo auxiliem novas pesquisas de especialidades médicas como a cardiologia, a pneumologia, a neurologia e até mesmo a psiquiatria.

Bárbara Giovani

Bárbara Giovani

Jornalista de ciência que também ama música e cinema. Já publicou na Agência Bori e participa do podcast Prato de Ciência.

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