Congresso americano e União Europeia se opõem à nova política de privacidade do Google
A nova política de privacidade já foi recebida com certo temor por parte de seus usuários. Agora, o Congresso americano e órgãos reguladores da União Europeia estão fuçando as mudanças e não estão nem um pouco felizes — mas o Google parece não se importar muito.
De acordo com o The Hill, legisladores do Congresso questionaram os representantes do Google durante duas horas ontem, mas eles não ficaram satisfeitos com as explicações da empresa. Falando ao The Hill, a legisladora Mary Bono Mack disse:
“Por ser mais simplificada, [a política de privacidade] é na verdade mais complexa… No fim das contas, eu não acredito que as respostas dadas a nós foram o bastante se considerarmos o que isso significa para a segurança de nossas famílias e crianças.”
Aparentemente, o Congresso americano está preocupado sobre quanto de envolvimento os usuários têm na hora de proteger sua própria privacidade, mas as respostas não foram satisfatórias em pontos como apagar dados ou manter dados guardados por muito tempo. “Há uma crescente temor no Congresso sobre questões de privacidade — disso não há dúvidas”, acrescentou Mack.
Do outro lado do oceano, reguladores da União Europeia estão pedindo para o Google adiar o início de sua nova política de privacidade, segundo informações da Reuters. “Dado o amplo número de serviços que vocês prestam, e a popularidade deles, mudanças na política de privacidade podem afetar muitos cidadãos na maioria, senão em todos, os membros da União Europeia”, disse o Data Protection Working Party da União Europeia em uma carta enviada a Larry Page ontem. “Nós desejamos poder checar as possíveis consequências na proteção de dados pessoais de todos esses cidadãos de forma coordenada.” Eles não dizem o tempo que precisam para isso, mas, bem, não sabemos nem se o Google concordará com isso.
Dito isso, o Google está fazendo uma série de novos inimigos após sua proposta de mudança de política de privacidade, e notícias assim só dão a entender que a reação negativa continua crescendo. Mesmo o Google sendo uma empresa privada, o que significa que em tese eles podem fazer o que quiserem com seus serviços — desde que de forma legal –, há um ponto em que seus opositores querem que as coisas sejam feitas com mais calma. Se isso significar que nações cobrarão respostas legais do Google, o palco estará armado para um debate enorme. [The Hill e Reuters; Imagem: AP]