Conheça as baterias feitas com lignina, produto tirado das árvores
Uma árvore é composta por 30% de lignina e o restante de celulose. Esse primeiro componente nada mais é do que a cola que mantém as fibras da celulose unidas, tornando a madeira mais rígida.
Agora, a Stora Enso, uma produtora de papel finlandesa, quer usar a lignina para fabricar baterias de veículos elétricos. Para entender a relação, é preciso saber que esse polímero contém carbono – material ideal para o ânodo das baterias.
O ânodo é o eletrodo negativo da bateria, enquanto o positivo é chamado de cátodo. Os íons, que são as partículas carregadas, fluem entre essas duas partes para gerar a carga.
Segundo reportagem da BBC, a Stora Enso fechou parceria com a empresa sueca Northvolt para fabricar baterias até 2025. O componente da empresa promete gerar uma carga mais rápida, além de ser sustentável.
O carbono no ânodo costuma estar na forma de grafite sintético. Para produzi-lo, no entanto, é preciso aquecer o carbono a temperaturas de até 3.000°C por semanas seguidas, uma energia que costuma vir de usinas a carvão na China.
A estrutura derivada da lignina também necessitaria do aquecimento, porém em menor grau. Além disso, o polímero seria extraído do subproduto do processo de fabricação de papel, o que significa que não seria necessário derrubar novas árvores para obter o componente.
A equipe pretende desenvolver uma bateria de carregamento rápido, capaz de atingir a carga total em apenas oito minutos. Essa aceleração é algo que a indústria automobilística deseja para tornar seus carros elétricos ainda mais atraentes.