Quando Juca era filhote, separou-se de sua mãe e acabou em uma fazenda em Paranatinga, no Mato Grosso. Sua aparência similar a de cão doméstico fez com que o pequeno fosse abrigado por moradores locais, que o deram comida e carinho.
O pequeno cresceu e mostrou o que realmente era: um cachorro-vinagre (Speothos venaticus), espécie rara de canídeo ameaçada de extinção. Como noticiou o G1, Juca foi agora resgatado pela Polícia Ambiental, que o levou para a base em Rondonópolis e ofereceu cuidados veterinários.
De acordo com as autoridades, o animal está saudável e parece ter entre um ano e meio e dois anos. Por ter sido criado de forma doméstica, será transferido para um zoológico de Brasília, onde deve ganhar uma parceira para reproduzir. Até o momento, instituições dos EUA e da Itália já demonstraram interesse em enviar uma fêmea para o “Vai Dar Namoro” animal.
O objetivo, claro, é preservar a espécie. O cachorro-vinagre é considerado como “quase ameaçado” pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), enquanto é tachado como “vulnerável” pela lista nacional do ICMBio.
O mamífero carnívoro tem como principal ameaça as queimadas, o desmatamento, a caça e também as infecções por doenças como raiva e sarna, transmitidas por animais domésticos. A espécie é criticamente ameaçada de extinção no Paraná, em São Paulo e em Minas Gerais.
O cachorro-vinagre vive em média dez anos e pode atingir cerca de 70 centímetros de comprimento. São animais com hábitos diurnos que caçam tatus e grandes roedores, como pacas e cutias, além de ratos, coelhos, gambás, quatis, lagartos teiú, cobras e aves terrestres.