Conheça o ClimAI, o ChatGPT brasileiro de educação ambiental

Chatbot é o primeiro especializado em mudanças climáticas, e está sendo avaliado pelo Ministério das Relações Exteriores para aparecer em evento do G20
ilustração de divulgação do climAI, com árvores e prédios em estética futurista
Imagem: Bion/Divulgação

– “ClimAI, como eu posso contribuir para um mundo mais sustentável?”

– “Que ótima pergunta! Existem várias maneiras pelas quais você pode contribuir para um mundo mais sustentável. Aqui estão algumas sugestões.”

Então, surge uma lista de sete tópicos à sua frente, com um passo-a-passo básico sobre como economizar energia, consumir de forma consciente ou apoiar causas ambientais. Dá também para perguntar por que é interessante optar por produtos de origem local, ou qual é a dos gases de efeito estufa.

No intervalo de uns oito segundos, o chatbot responderá sua questão de uma forma que até uma criança compreenderia. Este é o novo ClimAI – leia “clima-aí” mesmo, em bom português. Você pode acessá-lo neste link. Trata-se de um robô de conversação desenvolvido pela startup brasileira Bion, que desenvolve ferramentas para ajudar as pessoas no combate às mudanças climáticas. 

“Nós temos três passos para isso: educar as pessoas; mensurar o impacto dessas mudanças na sociedade e recompensar quem adota hábitos em prol do meio ambiente”, explicou Marcio Rodrigues, ecologista e fundador da startup, ao Giz Brasil. Ele tem um projeto que estimula o ciclismo nas cidades, por exemplo, e um aplicativo de recompensas. Agora, o ClimAI cobre o passo 1 indicado pelo CEO.

A Bion tem apoio institucional do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, e o ClimAI está sendo avaliado pelo Ministério das Relações Exteriores para participar do Digital Innovation Alliance, um evento de inovação do G20 que acontecerá em agosto, na Índia.

Sobre o ClimAI

O chatbot pode responder perguntas relacionadas às ciências climáticas, gestão de resíduos, economia circular, mobilidade urbana, energia renováveis e outros. A tela inicial é esta que você vê abaixo, que mostra ao usuário exemplos de perguntas possíveis, além de alertá-lo sobre limitações da versão atual – que está em estágio de desenvolvimento.

print de tela do climAI
Um aviso importante, fornecido pelo chatbot, mas que vale ressaltar: ele não é bom com perguntas do tipo “Como está o desmatamento na Mata Atlântica?”. Isso porque, como qualquer modelo de linguagem AI, ele não realiza pesquisas na internet nem tem acesso em tempo real a dados atualizados – os textos mais recentes de sua bagagem são de 2021.

Se você fizer a pergunta anterior ao ClimAI, e perguntar se ele tem certeza que os dados apresentados são os mais recentes, ele explicará a situação. E vai recomendar fontes de pesquisa confiáveis para buscar dados atualizados – como o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o SOS Mata Atlântica e a Fundação SOS Mata Atlântica. Nada de crise. 

Como o ClimAI funciona

O ClimAI usa a API do ChatGPT 3. Para entender o que isso significa, vamos do começo: API, na língua dos programadores, é uma sigla para “interface de programação de aplicativos”, um conjunto de regras que permitem que diferentes aplicativos conversem entre si. 

Elas permitem, por exemplo, que você compre algo num site qualquer e escolha “pagar com o PicPay” – aí rola uma troca de informações rapidíssima entre a página vendedora e o sistema de pagamento. (Você pode entender melhor neste texto.)

Quando dizemos que o ClimAI usa a API do ChatGPT, isso significa que o chatbot brasileiro se apoia no “conhecimento” do robô americano. Segundo a Bion, o ClimAI responde perguntas usando “boa parte” dos 175 bilhões de parâmetros do ChatGPT – as variáveis internas que representam relações entre as palavras dos textos que alimentaram o modelo.

Estas palavras, sílabas e caracteres diversos, de espaços a sinais de pontuação, são os tokens do chatbot: seus blocos de construção de texto. O ChatGPT 3, base do ClimAI, pode lidar com até 4096 tokens em uma única interação – limite estabelecido pelos programadores para garantir um desempenho eficiente. O ClimAI funciona com o mesmo teto.

Evolução à vista

A versão atual do chatbot brasileiro é uma versão beta, mas a Bion já está trabalhando na próxima versão. Ela que vai usar a API do GPT4, lançada em março deste ano, que foi treinada com 170 trilhões de parâmetros. Quanto mais parâmetros, mais sofisticado é o robô de conversação. Então, a expectativa é que o ClimAI forneça respostas cada vez melhores sobre questões climáticas.

Por enquanto, dá para se divertir batendo um papo com o chatbot e fazer (quase) todas as perguntas que vierem à sua mente, sejam óbvias ou não. Ele não vai te julgar ;)

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