Conheça o novo Apollo, robô que executa “trabalho sujo” para os humanos
Robôs humanoides que colaboram com missões espaciais na superfície lunar podem parecer coisa de ficção científica, mas já são realidade. A Apptronik finalmente mostrou, nesta quarta-feira (23), seu robô Apollo, construído em parceria com a NASA.
O projeto começou a ser idealizado em 2017. Nesta semana, a companhia divulgou as primeiras imagens do robô, cujo objetivo é desempenhar trabalhos “monótonos, sujos e perigosos” para que os humanos possam focar em tarefas mais complexas.
Ele pode ser usado em fábricas, por exemplo, ou outros locais que demandam trabalhos manuais, como estoques e armazéns. A máquina pode levantar até 25 kg, mesmo tendo o tamanho de uma pessoa, com 1,70 metro de altura e 72,6 kg.
A proposta do Apollo é ser um faz-tudo, capaz de “quebrar o galho” para as pessoas no dia a dia – e colaborar na exploração espacial, eventualmente.
O robô foi projetado para ser produzido em massa e trabalhar com segurança ao lado de humanos. Ao contrário de outros modelos, o Apollo usa eletricidade, em vez de um sistema hidráulico, que não é considerado tão seguro. O robô bípede tem bateria de quatro horas, que pode ser trocada para que ele possa operar por um dia de trabalho de até 22 horas.
“Na Apptronik, sonhamos em criar uma nova ferramenta para os seres humanos, para que possamos passar o tempo da maneira que quisermos. Para que não tenhamos que fazer o trabalho que não queremos e possamos dedicar nosso tempo a coisas que realmente valorizamos”, diz o anúncio no site da empresa.
Como o robô será usado
A Apptronik planeja vender o Apollo para fábricas, inicialmente, para realizar tarefas simples, como manusear caixas e empurrar carrinhos. Com o tempo, os recursos do Apollo devem evoluir, com novos modelos e atualizações, até o ponto em que poderá ser usado para atividades mais complexas.
O robô poderá ajudar com tarefas na construção civil, na fabricação de eletrônicos, em atividades do varejo, na entrega em domicílio e até mesmo no cuidado de idosos, de acordo com a companhia.
A máquina humanoide ainda em fase de testes. Provavelmente, a partir do final deste trimestre, o Apollo já estará sendo testado em campo, onde efetivamente trabalhará. A empresa espera que os robôs comecem a ser usados ao longo de 2024, e lançados comercialmente no final do ano que vem.
Planos no espaço
De acordo com seus idealizadores, este robô é uma das melhores criações existentes em termos de comportamento humanoide e habilidade para manusear ferramentas. A NASA espera que, no futuro, robôs bípedes como o Apollo possam auxiliar em estudos mais completos e qualificados da exploração espacial.
“Nosso objetivo é construir robôs versáteis para fazer todas as coisas que não queremos fazer para nos ajudar aqui na Terra e, eventualmente, um dia explorar a Lua, Marte e além”, disse à CNN Jeff Cardenas, cofundador e CEO da Apptronik.
A coleta de dados é uma das tarefas em que os robôs se destacam, graças aos seus equipamentos avançados, como sensores e afins. Com a programação correta, os robôs têm potencial de realizar diversas tarefas, que os tornam ferramentas valiosas para a exploração espacial.
Outro exemplo é o Valkyrie, da NASA, robô humanoide desenvolvido pela mesma empresa. Criada especialmente para cuidar de tarefas fundamentais em ambientes perigosos para humanos no espaço, a máquina serviu como pontapé para o projeto do Apollo.