Você provavelmente foi apresentado às leis de Mendel durante as aulas de biologia do colégio. Elas foram estabelecidas a partir do cruzamento entre ervilhas e trazem a base da genética como conhecemos hoje. Com a simples análise da cor e tamanho dos vegetais, Gregor Mendel provou a existência de alelos recessivos e dominantes e mostrou como esses atuavam.
Se estivesse vivo, o considerado “pai da genética” teria completado 200 anos em 2022. Para comemorar a data, cientistas da Universidade Masaryk, na República Tcheca, resolveram desenterrar seu corpo e estudar seu DNA.
Além de pesquisador, Mendel foi um frade que viveu durante o século 19. Seu corpo foi encontrado junto a outros quatro caixões em um túmulo agostiniano no Cemitério Central de Brno, a segunda maior cidade tcheca.
A equipe encontrou no local um esqueleto de 1,68 metros de altura e cérebro consideravelmente grande. Sob o corpo, havia uma série de folhas de jornal que datavam pouco antes da morte de Mendel, reforçando que o falecido era realmente o cientista.
Mesmo com as evidências, os pesquisadores coletaram DNA dos dentes e ossos do esqueleto e compararam com amostras retiradas de itens pessoais do frade que estavam armazenadas no Museu Mendel. Ao final, confirmaram que o corpo pertencia ao pai da genética.
O principal objetivo da equipe ao desenterrar seu corpo era estudar seu DNA e encontrar predisposições genéticas. Eles conseguiram: Mendel possuía variantes ligadas à diabetes, problemas cardíacos e doenças renais.
Fora isso, o cientista contava com um gene associado à epilepsia e problemas neurológicos, que podem explicar algumas crises enfrentadas por Mendel ao longo de sua vida.
Há quem considere o procedimento invasivo, mas a equipe tcheca acredita que o frade estaria feliz em ter seu corpo estudado em prol da ciência. A pesquisa fecha um ciclo que se inicia no cruzamento genético e termina na análise do DNA.