Criado por uma IA, grupo de K-pop “MAVE:” já tem 1,6 milhão de ouvintes
Um grupo musical formado por avatares está fazendo mais sucesso do que muitos artistas da “vida real”. Com aparência realista, à primeira vista, as integrantes do MAVE: podem parecer humanas, mas foram criadas por inteligência artificial. O grupo de K-pop — gênero de música pop da Coreia do Sul — já conquistou 1,6 milhão de ouvintes mensais no Spotify.
Com direito a shows na TV e coreografias no TikTok, a banda está revolucionando o entretenimento. Embora não seja o primeiro grupo musical sul-coreano formado por avatares, o MAVE: foi o que chegou mais longe, até então. Confira:
O quarteto está fazendo sucesso em diversos países e chegou a comemorar os cem dias de atividades em post no Instagram, no início de maio. Para além dos avatares realistas, a música e as vozes das cantoras são geradas por IA.
As tecnologias envolvidas no trabalho da Metaverse Entertainment, empresa responsável pelo grupo, além da inteligência artificial, incluem muitas outras ferramentas. Aprendizado de máquina, síntese de voz, modelagem 3D, diferentes técnicas de simulação para controlar movimentos faciais e corporais, realidade virtual e realidade aumentada, sobretudo para shows virtuais e interações com fãs, tecnologias de nuvem e análise de dados.
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O quarteto estreou com a música “Pandora”, que virou hit. O primeiro videoclipe do grupo ultrapassa 20 milhões de visualizações. SIU:, ZENA:, TYRA: e MARTY: são as integrantes do MAVE:. Elas têm entre 19 e 20 anos e cada uma vem de um país diferente, dos Estados Unidos à Indonésia, apesar de todas terem características asiáticas.
O segredo para o sucesso
Com muita interação com o público nas redes sociais e a humanização dos avatares, por meio da criação de histórias particulares para cada uma, a empresa busca criar uma relação afetiva dos fãs com a banda e sua música.
Segundo Sung-Ku Kang, diretor de tecnologia da Metaverse Entertainment, a empresa tem ampla experiência e conhecimento para gerar bons resultados e criar personagens queridos pelo público. “Os integrantes da empresa são especialistas em diversas áreas, como videogames, entretenimento e música”, afirmou em entrevista ao El País.
De acordo com o executivo, o projeto conta com o mesmo planejamento e produção daqueles realizados com artistas reais. A diferença é que há muitas facilidades e possibilidades que a tecnologia abre. Uma delas é o fato de o grupo poder se apresentar em diversos lugares do mundo ao mesmo tempo, ampliando rapidamente o alcance das artistas.
Outra questão é que as pessoas ficam cansadas e precisam de pausas. No caso dos avatares, é possível trabalhar incansavelmente, desenvolver coreografias e clipes em uma escala muito maior e em menos tempo.
Contudo, as coreografias são a parte mais difícil. Kang conta que é complexo fazer com que os movimentos pareçam naturais como os dos humanos dançando.
“Para fazer com que os movimentos pareçam naturais, usamos a tecnologia de captura de movimento para registrar com precisão os movimentos de pessoas reais e a tecnologia de simulação para fazer roupas e cabelos se moverem naturalmente com a atividade também”, revelou.
A Metaverse Entertainment, subsidiária da desenvolvedora de videogames Netmarble, inclui a Kakao Entertainment, empresa de entretenimento proprietária do ‘WhatsApp coreano’, bem como o Kakao Talk, e várias agências de grupos de K-pop e de atores.
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