Quando eu era pequena, queria ser jogadora de futebol. Não qualquer uma. Queria vestir a camisa da seleção e representar o Brasil. Joguei futebol na rua, em quadra de barro, na escola, nos ginásios, disputei campeonatos. Até que fui convidada para jogar no Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa Marechal Mário Ary Pires (COTP), em São Paulo. Eu tinha apenas 14 anos quando isso aconteceu.
Num breve momento, me vi conciliando treino, escola, adolescência, família, amigos, treino, mais treino e treino de novo. Eu precisava ser boa, queria ser a melhor. Num infeliz incidente, quebrei a perna. Meu objeto de trabalho – ou lazer – o que me sustentava, o que me fazia alcançar o meu objetivo: o gol. Gesso durante três meses e para voltar a jogar, teria que fazer fisioterapia. Não fiz. E com essa decisão, morreu um sonho. Eu desisti, mas muitas crianças e adolescentes encaram o esporte como um modelo de vida, não só aquilo que dá prazer. Querem fazer disso seus trabalhos, suas conquistas, seus futuros.