A maioria dos partos ocorre entre a 37ª e a 42ª semana de gestação. Nascimentos que acontecem antes desse período são chamados de prematuros. Quando isso ocorre, os bebês enfrentam riscos devido ao desenvolvimento incompleto dos órgãos ou mesmo à maior suscetibilidade à infecções.
Os partos que acontecem dentro do período ideal podem ser naturais ou induzidos. No segundo caso, pode haver justificativas para a indução, como riscos de vida para a mãe ou o bebê. Por outro lado, há episódios em que os médicos indicam a indução porque o bebê está saudável, mas “atrasado”.
Agora, cientistas da Universidade de Amsterdã, nos Países Baixos, resolveram explorar os efeitos da indução do parto no desenvolvimento infantil. O novo estudo publicado na revista Acta Obstetricia et Gynecologica Scandinavica relaciona o método ao pior desempenho de crianças de 12 anos em provas escolares.
A equipe utilizou dados de 226.684 crianças holandesas. Além de analisar detalhes sobre o parto de cada uma delas, os pesquisadores tiveram acesso a testes realizados pelos pequenos durante o final da escola primária, por volta dos 12 anos de idade.
E lá estava o resultado: as crianças nascidas de parto induzido receberam notas aproximadamente 1 ponto mais baixas do que aquelas nascidas de forma natural. A diferença, apesar de pequena, indica um pior desempenho que, em alguns casos, poderia prejudicar os pequenos nos ambientes de aprendizagem.
Como relatou o jornal The Guardian, os Países Baixos utilizam testes do tipo para definir qual caminho a criança deve seguir no ensino médio. Crianças que nasceram de parto induzido podem enfrentar problemas nessa fase da vida e, consequentemente, ter dificuldades em ingressar nas universidades.
Segundo os cientistas, é possível que as crianças não estejam totalmente desenvolvidas, mesmo nascendo entre as semanas 37 e 42. Como resultado, os bebês vêm ao mundo com uma forma leve de prematuridade. Por conta disso, é importante avaliar sempre o ônus e o bônus desse adiantamento, repensando a indução quando não há riscos maiores para a mãe ou bebê em esperar.