Como todo serviço online popular –desde o OkCupid até o PornHub— o Spotify tem muitos dados sobre seus usuários, especialmente sobre o que eles têm ouvido. O serviço de streaming já demonstrou seu poder antropológico de conhecer as pessoas através da música, e agora está expandindo este poder para uma escala global.
O Spotify batizou este uso inócuo de dados anônimos como Musical Map, um mapa com milhares de playlists, uma para cada cidade com o distinto gosto musical de seus habitantes. Não são as mais populares — apenas aquelas que se destacam em relação às outras cidades.
O resultado? Uma junção estranha de músicas que não necessariamente se identificam com a sua cidade. Eis alguns exemplos de músicas que estão nas playlists:
São Paulo, SP:
- NX Zero – Meu Bem
- Henrique & Juliano – Gordinho Saliente (Ao Vivo)
- Chitãozinho & Xororó – Evidências
- Sabotage – Um Bom Lugar
Rio de Janeiro, RJ:
- Duduzinho – Do Nosso Jeito
- MC Nego do Borel – Hohoho Haha
- Forfun – Hidropônica
- Cássia Eller – All Star
Recife, PE:
- Petrúcio Amorim – Meu Cenário
- Chico Science e Nação Zumbi – A Praieira
- Johnny Hooker – Volta
- Wesley Safadão & Banda Garota Safada – Vou Pagar Pra Ver
Brasília, DF:
- 3 Um Só – Bob Voltou
- Scalene – Náufrago
- Alceu Valença – Forró Lunar
- MC Livinho – Picada Fatal
Só nessa olhadinha, já dá para sacar algumas diferenças. São Paulo tem mais rock, rap e sertanejo; o Rio de Janeiro traz samba e funk; no Recife ouve-se mais forró e em Brasília, um pouco de tudo. Em todos os casos, artistas e bandas locais (Scalene em Brasília, Forfun no Rio) aparecem nas listas. As playlists até que funcionam bem como um reflexo da vida cultural de suas cidades. São também um ótimo jeito de descobrir mais música. [Spotify]