A Roscosmos, agência espacial da Rússia, apresentou um extenso plano para construção de uma nova estação espacial prevista para 2027, um ano antes de encerrar suas missões na ISS (Estação Espacial Internacional).
No último dia 2, a agência estatal de notícias da Rússia, a TASS, revelou os detalhes da missão que vai criar a estação espacial da Roscosmos. De acordo com a agência espacial, o primeiro módulo conector da Estação Russa de Serviço Orbital (ROSS, na sigla em inglês), será lançado 2027, contendo os módulos de energia e pesquisa.
Já em 2030 — quando a ISS deve ser derrubada –, a Rússia espera que a estação espacial esteja totalmente operacional, adicionando posteriormente dois módulos especializados em 2033.
A estação espacial da Rússia vai ficar em uma órbita polar próxima da Terra, a 400 quilômetros acima do planeta. Essa órbita oferece possibilidades únicas para conduzir observações e monitorar áreas estrategicamente importantes para a Rússia, como a Rota do Mar do Norte.
A ROSS vai incorporar tecnologias avançadas, incluindo inteligência artificial, para melhorar a eficiência operacional e auxiliar pesquisas científicas. No entanto, a Roscosmos não especificou como será a integração da IA. No entanto, o chefe de desenvolvimento da estação espacial da Rússia, Vladimir Kozhevnikov, afirmou que a IA vai desempenhar um “papel coadjuvante” nas operações.
A ROSS terá um recurso invejável: a capacidade de guiar uma frota de satélites, um conceito pioneiro no desenvolvimento de estações espaciais.
Vladimir Solovyov, da empresa de foguetes Energia, sugeriu que há metas “incomuns” para a estação espacial da Rússia com esse recurso de guia de satélites. De acordo com Solovyov, será preciso desenvolver novas abordagens à coordenação e ao controle de missões.
Saída da ISS
Embora a Rússia continue a participar do programa da ISS, o projeto ROSS evidencia a intenção do país em buscar iniciativas independentes na exploração espacial. E por “independentes”, significa independente dos EUA. A Roscosmos já buscou parcerias com países do BRICS – o que inclui o Brasil – para a estação espacial da Rússia.
No ano passado, a Rússia concordou em estender a sua colaboração para manter as operações da ISS até 2028, apesar dos problemas diplomáticos devido à guerra contra Ucrânia.
No mesmo ano, quando abandonar a ISS, a Rússia pretende enviar os primeiros cosmonautas a sua estação espacial. Contudo, a Roscosmos não deu informações sobre tripulação e duração das missões.
A NASA, por sua vez, anunciou que contratou a SpaceX para tirar a ISS de órbita em 2030, ou seja, no mesmo ano que Rússia pretende iniciar as operações de sua estação espacial. O projeto da estação espacial da Rússia vai custar US$ 7 bilhões.