Ciência

Descoberta: luz ultravioleta de estrelas pode impedir a criação de planetas

Estudo mostra que planetas gigantes, como Júpiter, podem ter dificuldade em se formar em torno de estrelas expostas à radiação ultravioleta intensa
Imagem: NASA/Reprodução

Um estudo revelou uma descoberta intrigante: a luz ultravioleta emitida por estrelas massivas pode ter um impacto significativo na formação de planetas. Acompanhe!

As estrelas enormes, com massas dez ou mais vezes superiores à do Sol, brilham intensamente na banda dos ultravioletas. Essa radiação energética pode tanto promover como inibir a formação de planetas nos chamados discos protoplanetários.

Esses discos são regiões de gás e poeira em torno de estrelas jovens, onde acredita-se que planetas estejam se formando.

A equipe de pesquisa, liderada por Olivier Berné do Centre National de la Recherche Scientifique (França), utilizou o telescópio espacial James Webb para estudar a nebulosa de Orionte, localizada a 1.400 anos-luz da Terra. Assim, essa nebulosa é uma região de formação estelar, onde estrelas jovens estão envoltas em discos protoplanetários.

Surpreendentemente, os cientistas observaram que a radiação ultravioleta das estrelas massivas do Enxame do Trapézio, no coração da nebulosa, está afetando esses discos.

Em particular, um disco protoplanetário chamado d203-506 está perdendo gás a um ritmo alarmante. A estrela central desse disco, com apenas um terço da massa do Sol, não tem força gravitacional suficiente para reter o gás aquecido pela radiação ultravioleta. Esse gás se dissipa, formando um envelope de moléculas de hidrogênio.

As descobertas foram descritas em um artigo publicado na revista Science no último mês.

Importância da descoberta para os planetas

Essa descoberta tem implicações importantes para a formação planetária. Planetas gigantes, como Júpiter, podem ter dificuldade em se formar em torno de estrelas expostas à radiação ultravioleta intensa.

A presença próxima de estrelas massivas pode até mesmo inibir a formação desses gigantes gasosos.

A investigadora portuguesa, Sílvia Vicente, destaca a relevância desses resultados para a compreensão da evolução dos sistemas planetários. “Nossas observações indicam que a radiação ultravioleta pode ser um fator crítico na determinação de quais planetas conseguem se formar”, afirmou ao Sapo.

Em resumo, esse estudo reforça que a interação entre estrelas e discos protoplanetários molda o destino dos planetas em formação. A luz ultravioleta, apesar de invisível aos nossos olhos, desempenha um papel crucial nesse processo cósmico.

Gabriel Andrade

Gabriel Andrade

Jornalista que cobre ciência, economia e tudo mais. Já passou por veículos como Poder360, Carta Capital e Yahoo.

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