Descoberta vitória-régia gigante com folhas de até 3 metros
Em 1852, exemplares de vitória-régia foram retirados da Bolívia e levados à Inglaterra. O gênero da planta, inclusive, foi nomeado em homenagem à rainha inglesa Vitória.
Por muito tempo, cientistas acreditaram que a famosa planta contava com apenas duas subespécies: a Victoria amazonica e a Victoria cruziana. Carlos Magdalena, cientista dos Jardins Botânicos Reais de Kew, em Londres, e especialista em vitórias-régias, sempre teve um pé atrás com essa informação.
Para ele, uma terceira subespécie também havia viajado da América do Sul até a Europa, mas foi erroneamente classificada como uma de suas primas. Agora, foi provado que o cientista estava certo.
Em 2016, o Jardim Botânico Santa Cruz de La Sierra e os Jardins La Rinconada, ambos da Bolívia, enviaram coleções de sementes ao pesquisador britânico. A equipe do jardim botânico britânico começou, então, a cultivar a planta.
Um dos espécimes cresceu mais do que esperado. A vitória-régia contava com uma distribuição de espinhos diferente, além de suas sementes também terem formato atípico. Bastou a análise de DNA da planta para confirmar que se tratava de uma nova espécie.
A gigante, cujas folhas podem ultrapassar os 3 metros de comprimento, recebeu o nome de Victoria boliviana. Ela é atualmente a maior subespécie de vitória-régia conhecida no mundo. A planta, nativa da Bolívia, cresce em um dos maiores pântanos do globo: os Llanos de Moxos.
A descrição de novas espécies se torna algo de extrema importância diante das mudanças climáticas. Os cientistas precisam saber com quais plantas estão trabalhando para liderar esforços de conservação e evitar a perda de biodiversidade.