Desmatamento na Amazônia em julho foi 60% menor do que no ano passado
O desmatamento na Amazônia em julho foi 60% menor do que no mesmo mês no ano passado, de acordo com a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. Ela anunciou as informações em entrevista ao jornal britânico The Guardian.
O número exato será divulgado nos próximos dias, registrado pelo sistema de alerta por satélite DETER (Sistema de Detecção de Desmatamentos em Tempo Real). Especialistas ouvidos pelo veículo qualificaram os dados preliminares como “incríveis” e disseram que a melhora em relação a julho de 2022 pode ser a melhor desde 2005.
Julho costuma ser um mês importante, porque geralmente marca o início da temporada de queimadas na floresta amazônica. Os números ainda estão sendo analisados, mas Marina Silva disse que eles mostrariam uma queda significativa de “pelo menos 60%” em relação ao mesmo período do ano passado.
A notícia vem antes da cúpula amazônica, destinada a fortalecer a cooperação regional para impedir que o maior bioma da América do Sul atinja um ponto de calamidade. O evento vai acontecer em Belém (Pará), nos dias 8 e 9 de agosto, com a participação das nove nações da floresta tropical: Brasil, Colômbia, Bolívia, Suriname, Equador, Venezuela, Peru, Guiana e a Guiana Francesa.
A ministra disse que a cúpula não deve ser somente uma demonstração de união, mas também uma oportunidade de construir resultados concretos e contínuos para garantir que a Amazônia não chegue a um ponto em que comece a secar e morrer, o que os cientistas alertam estar se aproximando.
Ela propôs que cada país elabore um plano de ação, que criem em conjunto um painel científico para mantê-los atualizados com os dados mais recentes e que compartilhem as melhores práticas para alcançar os três objetivos da cúpula: proteção da floresta e dos povos tradicionais, e combater a desigualdade e fortalecer a democracia.
Há um ano, sob o governo do então presidente, Jair Bolsonaro, a Amazônia sofria uma das piores temporadas de cortes e queimadas da história recente. A ministra alertou que um único mês com base em dados preliminares de satélite não representa uma tendência.
Um cenário mais amplo pode levar alguns anos, porque a contagem anual do governo vai de agosto a julho, o que significa que o total deste ano inclui os últimos cinco meses do governo Bolsonaro.