Destruição lunar pode explicar os anéis de Saturno

De acordo com cientistas americanos, os apetrechos de Saturno podem ter sido gerados 100 milhões de anos atrás, após a atividade de Chrysalis
Chrysalis: lua destruída pode ter gerado os anéis de Saturno
Imagem: NASA/Unsplash/Reprodução

Saturno é um planeta charmoso, mas bastante misterioso. Comecemos por seus anéis, que dão um tchan ao corpo celeste, mas ninguém sabe explicar a origem. Como se não bastasse, o planeta assume uma posição inclinada, adotada sabe-se lá porquê. 

Um estudo recém publicado na revista Science pode ajudar a elucidar essas questões. De acordo com cientistas americanos, a culpa teria sido de uma lua extra do planeta, a chamada Chrysalis, que orbitou Saturno e, em algum momento, foi destruída ou jogada para fora do sistema.

Antes de falar sobre o evento, é importante conhecer alguns detalhes sobre os anéis de Saturno. Durante a década de 1980, os cientistas Peter Goldreich e Scott Tremaine sugeriram que os adereços do planeta tinham cerca de 100 milhões de anos. A missão Cassini-Huygens, de 2017, reforçou essa ideia após analisar de perto as estruturas dos anéis.

Espere só mais um pouquinho que já chegaremos em Chrysalis. Para você entender o que aconteceu, é preciso falar sobre a inclinação do planeta. Saturno é como um pião rodando no chão, porém realiza a movimentação no espaço. Esse mecanismo é chamado de precessão.

No passado, a taxa de precessão de Saturno era quase igual àquela de Netuno, o que fez os cientistas pensarem que os planetas estavam em ressonância. Dessa forma, Saturno teria inclinado devido ao movimento de sua maior lua, Titã, e também a influência de Netuno.

E agora chegamos as descobertas atuais. Saturno não está mais em ressonância com Netuno. Se os planetas estivessem se movimento na mesma taxa, Saturno estaria agora inclinado a 36 graus, mas está a 26. 

A culpa pode ser de Chrysalis, uma lua hipotética entre Titã e Jápeto que foi destruída ou mandada para fora do sistema entre 100 e 200 milhões de anos atrás. O evento estrondoso teria jogado Saturno para fora da ressonância e inclinado-o na posição que está hoje. Ao mesmo tempo, os detritos deixados pelo satélite teriam formado os anéis do planeta.

Não dá para saber se a Lua extra realmente existiu e causou toda essa confusão. O estudo é baseado em simulações astronômicas que levaram os cientistas a crer que isso pode ter sim acontecido, embora mais pesquisas sejam necessárias para confirmar qualquer hipótese.

Carolina Fioratti

Carolina Fioratti

Repórter responsável pela cobertura de saúde e ciência, com passagem pela Revista Superinteressante. Entusiasta de temas e pautas sociais, está sempre pronta para novas discussões.

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