Detector de metais acha broche de ouro da era medieval com inscrições místicas

Objeto encontrado no Reino Unido tem algo entre 870 e 600 anos de idade, e combina um trecho da "Ave Maria" com passagens usadas em rituais de magia
Broche de ouro
Imagem: Portable Antiquities Scheme/Reprodução

Detectores de metais estavam trabalhando em Wiltshire, no Reino Unido, quando encontraram um broche de ouro da era medieval com inscrições em latim e hebraico. A descoberta foi relatada ao Portable Antiquities Scheme (PAS), uma organização patrocinada pelo governo que publica relatórios sobre novos achados arqueológicos.

O objeto, que data entre 1150 e 1400 d.C., estava em boas condições. Isso permitiu aos especialistas decifrarem o que estava escrito nele. 

A passagem em latim foi traduzida para a oração “Ave Maria cheia de graça, o senhor é convosco. Bendita sois vós entre as mulheres e bendito é o fruto do vosso ventre. Amém”, muito conhecida pela comunidade católica no Brasil.

Já em hebraico, é possível ler a sigla AGLA, que significa “Tu és poderoso para sempre, ó Senhor.” Tal frase costumava ser utilizada em rituais de magia e encantos na era medieval. 

Sendo assim, o broche de ouro trazia uma combinação de religião e magia, podendo ser considerado um objeto místico. A combinação não era incomum – pelo contrário, representava uma grande barreira de proteção para aquele que a usasse. 

A delicadeza dos detalhes da joia, seu tamanho e a alusão à Virgem Maria levou pesquisadores a sugerirem que o broche pertencia a uma mulher. Ele poderia ter sido usado como amuleto durante a gravidez e o parto, por exemplo. 

As citações bíblicas no período medieval também podiam ser utilizadas para livrar o usuário de má sorte e infortúnios. Logo, o broche pode ter tipo uma ação protetora contra incêndios, morte súbita ou até mesmo forças sobrenaturais. 

O futuro do broche de ouro ainda é incerto. Agora, ele está passando pela Lei dos Tesouros do Reino Unido, um processo exigido desde 1996 para qualquer artefato com mais de 300 anos.

Dependendo da conclusão das autoridades, os detectores de metais que encontraram o objeto poderão receber alguma recompensa monetária, enquanto o adereço poderá ser enviado para um museu.

Carolina Fioratti

Carolina Fioratti

Repórter responsável pela cobertura de saúde e ciência, com passagem pela Revista Superinteressante. Entusiasta de temas e pautas sociais, está sempre pronta para novas discussões.

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