Detox digital: 6 dicas para driblar o esgotamento mental
Uma pesquisa recente mostrou que o Brasil é um dos países onde as pessoas mais passam tempo online: são, em média, 5,3 horas por dia. Nós só ficamos atrás da Indonésia, onde o tempo de tela chega a 5,7 horas diárias.
O índice preocupa: quanto mais alto o tempo de tela, maior a chance de fragilizar a saúde física e mental. Nós entendemos que muita gente trabalha no computador e, nesses casos, é mais difícil reduzir o tempo de tela.
Mas, o que trazemos aqui, são dicas para diminuir o consumo nos momentos em que não estamos trabalhando, como aquele que perdemos nas redes sociais, por exemplo. Se esse é o seu caso, saiba que existem formas efetivas de fazer um “detox digital”.
Confira a seguir como começar, do nível básico ao avançado.
Nível básico
Acesse o relatório semanal
Ok, você identificou que tem um problema: não pode ter um tempo livre que já recorre ao celular. Ou ao computador. Ou à televisão.
Você não está sozinho. A dependência das telas já se tornou tão comum que ganhou até nome: “nomofobia” ou “vício de smartphone”. Em dezembro, um estudo associou o uso excessivo de celulares e problemas de autoestima, controle emocional e solidão.
Uma boa saída para identificar se esse é, de fato, um problema é analisar os sinais. Você se sente ansioso quando está longe do smartphone? Se a resposta é sim, é muito provável que algo já tenha saído do controle há um tempo.
Mas, se ainda restam dúvidas, olhe para o relatório semanal de uso do celular. Tanto o Android quanto iOS possuem informações sobre o tempo de tela da última semana e os aplicativos mais usados. Os números não mentem.
Com base nesses dados, pode ser uma boa ideia estabelecer limites para o consumo diário de redes sociais. Trinta minutos por dia “sacia” a sua necessidade de se inteirar das novidades?
Você pode zerar o consumo ou reduzir aos poucos – o ideal é identificar a melhor forma e o que mais se encaixa na sua rotina e estilo de vida, mas sem perder a saúde de vista.
Ouça podcasts
A gente sabe: a televisão e o TikTok são atraentes depois de um dia de trabalho. É fácil não pensar em nada, só ficar ali. Mas isso aumenta seu tempo de tela – o que não é nada bom, especialmente se você já passou muito tempo em frente ao computador.
Por isso, uma alternativa para o detox digital é substituir as telas por podcasts. Os programas por áudio tratam sobre infinitos temas, sem a necessidade de ficar com os olhos grudados no celular.
Também é legal ouvi-los enquanto faz o jantar, limpa a casa ou monta um quebra-cabeça, por exemplo.
Nível intermediário
Saia de casa sem smartphone
Você já identificou o problema e está reduzindo o consumo de tela de forma gradual. Agora chegou a hora de dar o próximo passo: saia de casa sem o smartphone.
Imagine como seria andar na rua, olhar ao redor e ouvir o som da vida passando sem tocar o celular. Ou encontrar alguém e conversar durante duas horas sem lembrar que o smartphone existe. E, se lembrar, não ter a chance de pegá-lo, pois ele não está ali.
Pode parecer estranho, é verdade, mas essa é uma forma bastante efetiva de combater o esgotamento mental. Isso porque ajuda a situar no presente – e, convenhamos, nas redes sociais estamos sempre um passo à frente ou de olho em outra coisa que não nas nossas próprias vidas. Por que não aproveitar o momento, simplesmente?
Acione o “Não Perturbe”
A não ser que você precise salvar a vida de alguém, por que outro motivo precisaria ficar o tempo todo de olho no celular? Se as suas comunicações do trabalho e da família vão para o WhatsApp, uma boa saída é silenciar grupos não importantes e acionar o “Não Perturbe”.
Esse modo, também disponível no iOS e Android, desativa o som, impede vibrações e bloqueia notificações visuais. Também é possível escolher o que bloquear e o que pode aparecer na tela, em caso de urgências, por exemplo.
Nível avançado
Desative as redes sociais
Nem sempre é fácil, mas olhe o quanto você já evoluiu! Provavelmente você já percebeu que, de fato, tinha um problema e não consegue voltar ao mesmo nível de antes. Agora, o próximo passo é desativar as redes que você não usa – ou que claramente te fazem mal.
Uma alternativa é simplesmente desinstalar os aplicativos do celular – mas, ao voltar, é possível que encontre dezenas de notificações e isso aumente ainda mais a ansiedade. Outra possibilidade é desativar as contas.
Não precisa sair de tudo ao mesmo tempo. Se o Instagram te traz mais nervosismo, por exemplo, desative a rede por um tempo e veja como se sente. Fez falta? Volte para ver como andam as coisas por lá. Se não fez falta alguma, não há por que voltar.
O mesmo vale para todas as redes sociais. Querendo ou não, são elas que fomentam a nossa necessidade de ficar online. É como se não existíssemos quando não estamos lá. Mas lembre-se: isso não é verdade. O mundo já existia antes de Mark Zuckerberg (que agora nos entregou o Threads).
Menos telas
Existe uma tendência global, não tão mainstream, que defende a eliminação gradual das telas em casa. Se você procura um detox digital total, essa pode ser uma alternativa interessante.
Basicamente, as pessoas vendem suas televisões, apagam suas redes sociais e substituem smartphones por versões minimalistas que só permitem ligações e mensagens de texto. Ao mesmo tempo, voltam a assinar jornais impressos e dão preferência para reprodutores de MP3 para ouvir podcasts e suas músicas preferidas.
Não precisa ser radical, mas é uma possibilidade. Não precisa, por exemplo, se despedir do smartphone – mas será que tantas redes sociais são realmente necessárias? E a televisão, é preciso passar o dia todo com ela ligada?
Essa tendência traz reflexões importantes sobre como passamos a ver o mundo através das telas – e como isso tem efeitos sérios sobre nossa saúde. Afinal, já vivemos em um mundo analógico antes – será que não está na hora de um detox digital?