Ciência

Dieta Dash pode diminuir risco de mulheres desenvolverem demência

Ter uma alimentação saudável é sempre benéfico à saúde. Contudo, um novo estudo identificou que uma dieta específica, quando feita durante a meia idade, pode oferecer uma grande vantagem a longo prazo: reduzir em até 17% o risco de desenvolver demência. De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde, as mulheres estão mais sujeitas […]
Imagem: CDC/ Unsplash/ Reprodução

Ter uma alimentação saudável é sempre benéfico à saúde. Contudo, um novo estudo identificou que uma dieta específica, quando feita durante a meia idade, pode oferecer uma grande vantagem a longo prazo: reduzir em até 17% o risco de desenvolver demência.

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De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde, as mulheres estão mais sujeitas a desenvolver a doença, já que vivem mais. No caso do Alzheimer, elas respondem por dois terços dos pacientes.

“Com mais de 30 anos de acompanhamento, descobrimos que quanto mais forte a adesão a uma dieta Dash na meia-idade, menos provável é que as mulheres relatem problemas cognitivos muito mais tarde na vida”, disse Yu Chen, autora do estudo.

A pesquisa foi publicada na revista Alzheimer’s & Dementia

A dieta que protege coração e cérebro

A dieta estudada foi a Dash (sigla para Abordagem Dietética para Parar a Hipertensão, em inglês), criada durante a década de 1990 por cientistas norte-americanos. Seu objetivo é ajudar indivíduos que receberam o diagnóstico de hipertensão e precisam controlar a pressão arterial através de uma alimentação balanceada.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Hipertensão, a dieta Dash envolve o consumo elevado de alimentos como frutas e vegetais, ricos em potássio, cálcio e magnésio. Além disso, também é preciso reduzir o consumo de gordura saturada, colesterol, sódio e açúcar.

“Numerosos nutrientes essenciais encontrados em vegetais, frutas, leguminosas e nozes possuem propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes que podem reduzir a pressão arterial e melhorar a conectividade neuronal (saúde cerebral)”, afirmou Chen.

Entenda a pesquisa

Para testar a eficiência de proteção do cérebro que a dieta Dash tem contra a demência, pesquisadores utilizaram dados do Estudo de Saúde da Mulher da NYU para analisar os hábitos alimentares de mulheres com 49 anos, em média.

Depois, por 30 anos, acompanharam essas participantes para ver como as condições médicas se desenvolveram com a idade. De modo geral, elas tinham de responder questionários sobre hábitos cotidianos, de forma que os cientistas pudessem identificar declínios cognitivos indicativos de demência.

Em resumo, haviam seis perguntas para fazer essa investigação. Elas abordaram dificuldades em lembrar eventos recentes ou listas de compras, entender instruções faladas, conversas em grupo ou navegar por ruas familiares.

Em geral, 33% das mulheres relataram ter mais de uma das seis dificuldades cognitivas. Contudo, entre aquelas que seguiram uma dieta DASH, a probabilidade de relatar múltiplos problemas caiu em 17%.

“Nossas descobertas indicam que é importante começar a adotar uma dieta saudável para o coração na meia-idade, o que pode ser benéfico não apenas para a saúde cardiovascular, mas também para a saúde cerebral nos anos vindouros”, acredita Chen.

Agora, os autores da pesquisa pretendem examinar as diferenças dessa associação entre grupos raciais e étnicos variados.

Bárbara Giovani

Bárbara Giovani

Jornalista de ciência que também ama música e cinema. Já publicou na Agência Bori e participa do podcast Prato de Ciência.

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