Diferente do que se pensa, raça dos cães não indica o comportamento

Border collies são mais inteligentes e goldens mais sociáveis? Nem sempre. De acordo com um novo estudo genético, a raça parece explicar apenas 9% do comportamento animal
Raça cães
Imagem: Anna Dudkova/Unsplash/Reprodução

A escolha da raça de seu melhor amigo não está atrelada apenas à aparência do cão, mas também ao comportamento que espera-se dele.

Border collies, por exemplo, tender a ser mais inteligentes, enquanto golden retrievers lidam bem com crianças. Essas são afirmações comuns, mas que podem não estar totalmente corretas. 

Um estudo genético publicado na revista Science mostrou que a raça dos cães não é o fator mais determinante do comportamento animal. Os cientistas chegaram à conclusão após analisar dados de mais de 18 mil donos de animais, que responderam pesquisas sobre as características e o comportamento de seus cães.

Além disso, os pesquisadores também coletaram dados genéticos de 2.155 cães de raça pura e mestiços, incluindo 1.715 cães cujos donos que participaram das pesquisas enviaram suas amostras de saliva. 

E lá estava a surpresa: a raça parecia explicar apenas 9% do comportamento dos cães. Em comparação, idade e sexo apresentavam uma influência maior nas maneiras do animal.

De acordo com os pesquisadores, mesmo o tamanho dos cães parece não interferir no comportamento do pet. Cães pequenos, por exemplo, são considerados mais agitados e barulhentos do que cachorros grandes, mas isso pode ocorrer porque os tutores toleram mais a má conduta dos nanicos, e não porque o traço está na personalidade deles. 

Os autores identificaram 11 pontos no genoma dos cães que estão fortemente associados a características comportamentais, como a sua obediência ou hábito de uivar. Nenhum deles era específico para a raça do cão. 

Os cães sem raça definida (SRD) também foram levados em consideração. Aqueles que tinham ascendência de border collie, por exemplo, pareciam ser mais propensos a seguir ordens humanas. Por outro lado, os vira-latas com ascendência de labrador não apresentavam maior sociabilidade humana, indo contra o esperado. 

Ao final, fica o aprendizado: cada bichinho tem a sua personalidade. E, nem sempre, o traço que você espera vai “vir de fábrica” com seu melhor amigo.

Carolina Fioratti

Carolina Fioratti

Repórter responsável pela cobertura de saúde e ciência, com passagem pela Revista Superinteressante. Entusiasta de temas e pautas sociais, está sempre pronta para novas discussões.

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