Dissecando o Windows Phone 7: um novo começo

  "O que é isso?”, perguntou uma garota numa festa, quando eu mostrei meu telefone para ela. Ela tocou em um quadrado e tudo girou. “É o novo sistema de celular da Microsoft. Algo como um novo começo”, eu expliquei. “Ah. Ele é... Elegante.”

"O que é isso?”, perguntou uma garota numa festa, quando eu mostrei meu telefone para ela. Ela tocou em um quadrado e tudo girou. “É o novo sistema de celular da Microsoft. Algo como um novo começo”, eu expliquei. “Ah. Ele é… Elegante.”

Essa é a maneira mais adequada para descrever o Windows Phone 7, de verdade. É um novo começo, e é elegante. É como uma tábua lisa que a Microsoft pode usar como base para construir algo completamente novo, e não é nem um pouco parecido com qualquer outro celular que eu já tenha usado. Ele consegue fazer algo que infelizmente é raro na Microsoft, que é juntar todos os produtos e serviços diferentes da empresa – Bing, Xbox Live, Zune, entre outros – e reuni-los sem problemas em um único e bem acabado produto. Que é exatamente o que o Windows Phone 7 precisa ser.

O Windows Phone 7 chega ainda em 2010, nos próximos meses – possivelmente em Outubro –, e uma passagem rápida sobre o que é o WP7 você pode ler aqui e aqui. A versão que eu usei nos últimos dias em um aparelho protótipo (um Samsung que nunca chegará ao mercado) foi descrito pela Microsoft como “beta 2”, “um versão próxima de ser lançada” e um “preview técnico”. Os desenvolvedores receberão em breve aparelhos para criar aplicativos prontos para o lançamento. Ele representa como a interface e a experiência do usuário serão no Windows Phone 7, apesar de duas partes críticas estarem de fora, porque elas ainda estão em densa construção: a parte do Xbox Live e o Apps Marketplace.

Interface

A frase “autenticamente digital” me dá vontade de vomitar pixels multicoloridos, mas a descrição da Microsoft para a interface do Windows Phone 7 é verdadeira: ela não tenta ser nada diferente de uma interface plana e digital. Não há nenhuma tentativa de representar ações tridimensionais ou qualquer tipo de mimesis do mundo real. Sem gradientes, sombras, brilhos ou degradês. Tudo é nítido e plano. Tudo salta, com cores primárias brilhantes e texto branco em fundo preto. Toque um quadrado na tela principal, e toda a interface voa para longe como peças de um quebra-cabeça explodindo, revelando o aplicativo que você queria abrir. Textos enormes são a pedida do dia. (Sim, o texto ainda some em parte da tela em vários locais.) Tudo parece gloriosamente moderno. Eu adorei isso. Eu imagino quão belo ele pode ficar com o passar do tempo.

A Microsoft não trata os componentes principais do telefone – como o Music+Video, People, Pictures, Xbox Live – como aplicativos. Eles são “centrais”. O que significa que eles são panoramas com duas, três ou até quatro telas que você desliza para a esquerda ou direita para mover de uma tela para a outra. Por exemplo: na central People, uma tela são todos os meus contatos. Passe para a direita, contatos recentes. Passe de novo, e há o “o que há de novo”, que é o feed de notícias das atualizações do Facebook e do Windows Live de meus amigos. (Bem, ele teria atualizações do Windows Live, se eu tivesse algum amigo que usasse o sistema, ou se o cliente de Twitter já estivesse ativado – mas mais sobre isso lá para frente.) Você consegue ter uma ideia de como os desenvolvedores terão chance de expandir as centrais em modos mais integrados do que separados com as apps que você instalar. No geral, o conceito funciona muito bem, a partir do momento que você o entende.

Os “Live Tiles” são o que fazem a tela inicial ser boa, principalmente por eliminar a necessidade de widgets. Eles são quadrados gigantes de, hum, coisas que maquiam a tela inicial. O cubo para cada aplicativo é dinâmico, então um deles para mostrar meu e-mail mostrará quantas mensagens não lidas eu tenho, enquanto o cubo de uma pessoa que eu adicionei na página inicial mostrará sua última foto. Infelizmente, a previsão do tempo não é um aplicativo embutido, então você não pode ver como anda o céu – pelo menos não com o aplicativo inicial que a Microsoft colocou no Marketplace. Mas há muito potencial nesse conceito, matando a necessidade de ter de ficar abrindo um aplicativo completo, quando o que se quer é só uma dose de informação.

Há três botões que estarão na frente de cada celular com Windows Phone 7: Começar, Voltar e Buscar. Começar funciona exatamente como o botão home do iPhone – ele te leva de volta para a página inicial. Voltar é parecido com o do Android – ele volta uma página. Já o Buscar é contextual, o que significa que às vezes você não sabe o que ele fará por você. No Maps, ele procura o lugar que você quer ir; em People, ele procura contatos; na tela inicial, ele abre uma caixa de procura do Bing, que busca sites, listas locais e notícias. 

Eu não usei tanto o botão de busca como eu acho que deveria. Como no Zune HD, o WP7 tem uma interface muito bem orientada em forma de lista quando o assunto é mostrar muitas informações e opções (em comparação, por exemplo, com grades). A página principal dos contatos é uma longa lista, já que ela mostra todos seus amigos do Facebook, sem opção de filtrá-los por redes.O lado direito da página inicial é uma longa lista de aplicativos instalados – você entendeu como  funciona. A Microsoft quer que você procure as coisas ou use comandos de voz para chegar rapidamente nos locais, mas a processo mais natural será rolar a tela por um tempão.

Notificações, como para mensagens de texto, discretamente aparecem no topo da tela, onde você pode ignorá-las ou abri-las. É como as notificações devem ser. Pressionando o botão de volume suavemente abre os controles do player do Zune no topo de tela também. Há alguns outros caprichos pela interface deliberadamente sem janelas do WP7. O sinal do celular não é exibido normalmente; você tem de tocar o topo da tela para fazê-lo aparecer. A indicação de sincronizações e atualizações é sutil, uma série de pontos correndo no topo da tela. 

A barra de aplicativos é o exemplo perfeito das agressivas tendências iconográficas do Windows Phone 7. É um pequeno menu que passa ao lado de muitos, se não de quase todos, aplicativos; é onde os botões de ação normalmente se localizam, como criar uma nova mensagem no Outlook. Os botões não têm etiquetas, apenas hieróglifos. Há uma elipse no canto direito do topo da barra – em tese para indicar “clique aqui, ou arraste para cima”, que mostra a barra de apps em seu momento de glória completa, com rótulos escritos nos botões, junto de outras coisas que você pode fazer, como acessar as configurações. Mesmo que o sistema de barra de aplicativos seja consistente em cada aplicativo – como um versão mais óbvia do botão menu do Android – as pessoas definitivamente terão de aprender a usá-lo direito. O principal problema é que ele não elimina a necessidade de longos cliques – apertando e segurando, como numa foto na galeria, ainda é o único jeito de abrir certas opções, e você nunca sabe exatamente quando deve usar isso.

O teclado touch é claro, quase avisando o usuário de que a experiência é ruim. Letrinhas apertadas enfiadas em imperdoáveis retângulos mínimos. É decepcionante, principalmente porque em termos de escrita, ele perde apenas para o iPhone. É um belo teclado: rápido, suave, intuitivo e totalmente natural, mesmo na tela estreita desse aparelho. A seleção de texto é estranha, mas funciona – pressionar e segurar textos editáveis abre um cursor largo e verde que você pode deslizar para cima das letras, e você pode pará-lo onde quiser.

Levando em consideração de que essa é uma versão beta do SO rodando em um protótipo, a velocidade da interface foi notável. É exatamente como o Zune HD. Sem soluções ou lentidões, apenas movimentações rápidas entre aplicativos e a página inicial. Claro, essa velocidade é obrigatória, já que ele é como um retorno ao iPhone antes do iOS 4 – não há multitarefa para aplicativos de terceiros. (Não, nem mesmo o Pandora rodará em plano de fundo.) Parece apropriado avisar desde já que não há copiar e colar. Uma viagem no tempo para os felizes dias de 2009, o Windows Phone 7 será a única plataforma moderna de smartphones que ficará para trás nesse aspecto. E isso claramente será doloroso. Talvez até agonizante.

A diferença, a modernidade do Windows Phone 7 é algo como uma curva de aprendizado – ou pelo menos essa é a impressão mais sólida que eu tive depois de deixar meia dúzia de amigos mexerem no aparelho durante o fim de semana. Todos eles ficaram perdidos, pelo menos nos primeiros minutos. Então eu expliquei os processos. Aí a maioria deles disse alguma variação de “ele é bem bacana, eu acho.”

Mas, no cotidiano, a interface do Windows Phone 7 funciona bem. Bem mesmo. Ela é rápida, fluída, limpa, moderna. Não é perfeita. É preciso um dia para se acostumar. Mas acho que a maioria das pessoas gostará dela, se não amarem logo de cara. Eu curti. A questão é saber como ela estará daqui há um ano, ou dois, quando estiver mais completa e entupida, deixando de lado a imagem límpida.

Contatos e Contas

Os contatos e as contas no WP7 são uma mistura entre o Android e o WebOS. A Microsoft Live ID é a conta principal que conecta tudo. O que em tese pode ser um monte de coisa. Ele vai agrupar seus contatos, seu e-mail do Hotmail, o Office Live, Zune, seu avatar na Xbox Live, Fotos, SkyDrive – praticamente todos os serviços online da Microsoft estão conectados, de um jeito ou de outro, por meio do Live ID. O iPhone parece arcáico nesse aspecto.

Como muita gente, eu não uso a Live além do Xbox e do Zune. Felizmente, o suporte que a Microsoft criou para outros serviços, como do Google do Facebook, é sólido. Principalmente do Facebook, que é a privilegiada segunda conta do sistema. Eu fiz login no Google e no Facebook e, num passe de mágica, a central de contatos, ou People, estava lotada com todos os meus contatos de ambos os serviços, conectados elegantemente com o avatar do Facebook. O resultado é uma lista épica de tanta gente, que você pode pular usando letras, como na interface do Zune HD, mas se você tem uma tonelada de amigos no Facebook, você terá de buscar muito, salvar pessoas mais importantes na página inicial, ou você estará ferrado. Os contatos mais recentes têm uma página só para eles.

Não há um aplicativo separado para o Facebook – ao invés disso, todas as atualizações, feeds de notícia (se você tiver) farão parte do quadro “o que há de novo” na tela People. Se você clicar no cartão de um contato (que você pode pregar na página inicial para acesso rápido), você tem o mesmo tipo de experiência – “o que há de novo” mostrará tudo que o contato anda fazendo, de todos os serviços que você estiver conectado. Alguns momentos no uso do Facebook são como o metrô da Sé às 18h, mas no geral, o conceito da central People funciona bem. Seu jeito de agregar múltiplos serviços soa natural e sem muitos embaraços. A principal ausência é o Twitter, mas em tese o suporte à rede chegará pelo Windows Live, que agregará as atualizações do Twitter e mandará tudo para o celular. Parece algo como o Google Buzz, mas bem mais rápido. A falta de suporte ao Twitter é a missão obrigatória que falta para o conceito sem aplicativos funcionar – então algo tem que acontecer.

Divirta-me: Música, Fotos, Vídeo

Músicas e vídeo no aparelho são exatamente como você esperava: é tudo feito com o aplicativo do Zune HD, como no Kin. E, se você tiver um Zune Pass, você pode fazer streaming de todo o catálogo do Zune – claro, a parte que está disponível para streaming – via 3G, igualzinho ao Kin. Uma nova versão do aplicativo do Zune sincroniza músicas, vídeos e fotos – é a única coisa que deve ser sincronizada para o celular por um computador, e felizmente, isso pode ser feito via Wi-Fi. Pressionar o botão de volume mostra o player do Zune no topo da tela, o que é bem esperto.

Todo celular terá que ter um botão dedicado para a câmera, que abre seu aplicativo e tira fotos. A interface é perfeitamente minimalista. É bem parecida com a do iPhone 4 na verdade, com um controle alinhado na lateral para escolher entre fotos e vídeo, e um botão maior para configurações mais aprofundadas, como mudança de ISO. A amplitude e a profundidade desse menu ficará a cargo das fabricantes de hardware, mas eles têm a opção de escolher níveis quase profissionais de configuração.

Dentro da câmera, deslizar para a esquerda te leva para a parte Pictures, que não são apenas as fotos do celular, mas também tudo que seus amigos subiram no Facebook ou em outros sites conectados. Fotos tiradas podem ser enviadas automaticamente para a Live, se você quiser – um sutil e belo toque do Kin no sistema. Pressionando a tela por um segundo abrirá a opção de enviar a foto para o Facebook, ação que não é clara o suficiente. E, sim, há pinçar-para-dar-zoom, algo que está espalhado por todo o sistema.

Bing, Office, Outlook e o Internet Explorer

A busca do Bing é excelente aqui. Apertar o botão Buscar na página principal lança o usuário em um hub de busca que inclui resultados gerais na web, classificados – com mapa e tudo – e notícias. O problema, como eu disse antes, é que você nunca sabe exatamente para onde o botão Buscar vai te levar. 

O Bing Maps, naturalmente, é o serviço de navegação usado. Ele é bom. Não é tão imediatamente fácil de usar quanto o Google Maps – os ícones são um pouco confusos, assim como o efeito do botão Voltar – e não fornece instruções de navegação usando transporte público, mas tem uma lista completa de recursos e alguns detalhes espalhafatosos. A transição para o modo Street View, por exemplo, acontece com um efeito de névoa se dissipando para mostrar as ruas, como a névoa de guerra em um jogo de estratégia em tempo real. As instruções de navegação são ótimas, com a tela dividida pela metade; o mapa na parte de cima e a lista com as instruções curva a curva na parte de baixo. Dar um toque em um dos itens da lista faz o mapa mostrar a parte correspondente do caminho. O efeito de juntar os dedos para dar zoom funciona muito bem.

O app do Outlook talvez seja o melhor aplicativo de email em qualquer celular. Texto preto gigante sobre fundo branco. Por incrível que pareça, a Microsoft fez o seu email ficar lindo. Os outros aplicativos de email em celulares ficam ultrapassados em comparação. Arrastar a tela para direita ou esquerda alterna entre as telas de exibição para todos os emails, apenas emails não lidos (muito útil!), emails marcados com uma bandeira e emails urgentes. Infelizmente, emails marcados com a estrelinha do GMail não ficam marcados com uma bandeira. Eu não testei o Exchange, mas parece que ele tem suporte total. O grande problema dos emails no WP7 é que cada conta de email vive em seu próprio quadrado na tela inicial, quase como se fossem aplicativos diferentes, e não há uma caixa de entrada unificada, de modo que você precisa voltar para a tela inicial toda vez que estiver verificando uma conta de email e quiser verificar outra. Pelo menos há uma parte boa: cada quadrado de email na tela inicial mostra exatamente quantos emails você tem para ler naquela conta, então você você consegue, com apenas uma olhada, saber se a coisa está crítica em cada conta. Mesmo assim, é frustrante.

O Internet Explorer é surpreendente em sua competência, além de rápido, principalmente se considerarmos o fato de que ele é todo baseado na versão desktop do IE7. A maioria dos sites que eu visitei carregaram sem problemas, conforme se esperaria. Alguns sites renderizaram com problemas, deixando à mostra o DNA arcaico do IE7, mas para a maioria das coisas, o navegador é bem bom – ligeiramente atrás dos navegadores WebKit do iPhone e Android. Meu grande desapontamento com o navegador é que a barra de endereços nunca some na orientação vertical, deixando a navegação um pouco claustrofóbica (na orientação horizontal a barra some, felizmente). Novamente, o zoom com dois dedos se destaca: ele é perfeito, melhor que no Android. De modo geral, estou bem contente com o navegador, especialmente considerando que veio da Microsoft.

Ter o Office no telefone é algo extremamente empolgante, ao menos se você usa uma gravata cinco dias por semana. Ele também é totalmente básico, mas estiloso e mais focado na visualização e colaboração, com ferramentas de comentário e serviços como o SharePoint e o Live tomando a frente das ferramentas de edição e produção. Os arquivos do Word, Excel e PowerPoint abrem e renderizam arquivos com fidelidade ao original, e incluem índices para que você possa navegar por eles com mais facilidade. A edição é limitada às mais básicas entradas de texto. No telefone, você consegue criar documentos básicos do Word ou Excel, mas para mim o mais interessante foi o OneNote, que permite criar e sincronizar anotações pelo ar – elas aparecem automaticamente no Windows Live ou no aplicativo OneNote para desktop, se você o tiver instalado. No fim, o Office do Windows Phone 7 não é como ter um netbook com a suíte completa dos aplicativos de escritório da Microsoft, mas isso ficaria mesmo horrível num telefone. 

Apps Marketplace e Xbox Live

O Marketplace é uma grande central para tudo que você for comprar no WP7: aplicativos, jogos e música. A maior distinção é que tudo fica unificado em uma única loja, em vez de existirem lojas separadas para aplicativos e música. Parece fazer mais sentido assim. A loja de música é a única que está equipada e funcional, mas tudo parece funcionar mais ou menos como o Marketplace no Zune HD, que é exatamente como as lojas de outros celulares – destaques, novidades, categorias, mais vendidos –, mas com aquele visual bacana do Windows Phone 7 e amarrado à sua conta Windows Live. Aplicativos contam com screenshots e avaliações, músicas têm seus 30 segundos de amostra; nada fora do normal.

O único aspecto da integração com Xbox Live que funciona no momento é a exibição do meu avatar e Gamerscore, mas já dá pra ver onde os convites de amizade e a biblioteca de jogos ficarão. O interessante é que a loja de jogos será controlada de maneira mais restrita pela Microsoft. Os aplicativos terão simplesmente que cumprir uma lista de requisitos para serem aprovados, enquanto os jogos serão subjetivamente analisados e aprovados por uma equipe. A ideia é proporcionar uma experiência de jogo mais próxima à de um console. A questão dos jogos é uma das minhas maiores perguntas não respondidas sobre o WP7, já que é um dos grandes destaques para pessoas abaixo de 30 anos que ainda não compraram um smartphone. "Compre um Xbox Phone!" Queria saber melhor o que isso vai significar na prática.

O John tratou das verdadeiras questões sobre apps no Windows Phone 7 em Março, e a maioria das perguntas persiste sem resposta:

Quando o Windows Phone 7 for lançado este ano, ele vai ter que enfrentar a mesma sinuca de bico que qualquer outra nova plataforma de aplicativos: sem uma audiência para quem vender, por que os desenvolvedores investiriam em criar apps complicados? E se uma plataforma não tem estes apps incríveis, por que as pessoas devem mudar para ela?

As respostas da Microsoft estão lentamente começando a ganhar foco, mas ainda não há como saber de que forma as coisas acontecerão. É só olhar para a Palm: eles também tinham uma promissora nova plataforma. Sim, é claro que estamos falando da Microsoft, e a caixa contendo este telefone estava adornada com desenvolvedores. Desenvolvedores. DESENVOLVEDORES! Mas é francamente impossível prever como boa parte da experiência deste telefone vai se desenrolar – talvez o aspecto mais crítico esteja fora do controle da Microsoft. Por enquanto, a maior parte do que já se sabe pode ser lido bem aqui.

 

De modo geral

O Windows Phone 7 é bom. Realmente bom. Ele tem os ingredientes necessários para se cozinhar um ótimo smartphone. Ao menos, um grande smartphone em 2009. Será suficiente? Ele está dando seus primeiros passos uma geração depois do Android e do iPhone, que já possuem dezenas de milhares de aparelhos nas ruas. Além disso, está atrás deles em termos de funcionalidades, sem alguns recursos que já são básicos, como copiar e colar e multiratefa para aplicativos de terceiros. As pessoas podem não entender o que significa "multitarefa", mas elas certamente vão se perguntar por que não podem ouvir uma rádio online enquanto twittam. 

E os apps? iPhone e Android já têm pra lá de 100.000 (ou bem perto disso, no caso do Android). Os desenvolvedores vão para onde os usuários estão, enquanto os usuários vão para onde o conteúdo está. A Microsoft tem um círculo vicioso e tanto para quebrar, mas se há alguém que pode conseguir isso, reeguer um império a partir de menos que nada, esse alguém é a Microsoft. A paciência é talvez a sua maior virtude, mas o que ela precisa agora é de voracidade e ganância. Tornar o Windows Phone 7 algo que as pessoas vão querer comprar será uma das tarefas mais hercúleas que a empresa já enfrentou em muito, muito tempo. Será necessário um arrastão de publicidade ao estilo Windows 7. Será necessário agarrar desenvolvedores e usuários aos baldes. A Microsoft vai ter que querer muito. Felizmente, o Windows Phone 7 ajuda.

PB: Ainda não está claro como algumas das funcionalidades do Windows Phone 7 (Zune e Bing Mapas, especialmente) vão funcionar no Brasil. Estamos esperando a Microsoft daqui conversar com a gente e atualizamos o post.

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