Ciência

DNA de 1.500 anos é usado para reconstruir rosto do imperador chinês Wu

Reconstrução facial do imperador, realizada em 3D, foi possível graças ao avanço das técnicas de pesquisa de DNA
Imagem: Current Biology/Reprodução

Pesquisadores chineses conseguiram “reconstruir” o rosto do Imperador Wu, que governou a China há cerca de 1.500 anos. Utilizando DNA antigo extraído de seus restos mortais, a equipe de cientistas refez a aparência de uma das figuras mais emblemáticas da história chinesa.

O Imperador Wu, pertencente à etnia Xianbei, liderou a dinastia do Norte da China durante um período de intensas conquistas e unificações territoriais.

A reconstrução facial, realizada em 3D, foi possível graças ao avanço das técnicas de pesquisa de DNA. Que permitiram aos pesquisadores identificar características como olhos castanhos, cabelo preto e pele morena.

Pesquisadores criaram uma reconstrução facial do Imperador Wu usando DNA extraído de seus restos mortais. Imagem: Current Biology/Reprodução

A pesquisa, publicada no Current Biology revelou a aparência do imperador e mas também trouxe indicações de como seria a sua saúde.

Assim, os estudos indicam que Wu morreu jovem, aos 36 anos, possivelmente devido a um acidente vascular cerebral (AVC). Sugerido por sintomas descritos em registros históricos.

“No total, foram encontradas 698 mutações de nucleotídeo único, 42 das quais estavam relacionadas a variantes patogênicas. Como risco aumentado de gota, acidente vascular cerebral e leucemia linfocítica crônica”, diz a pesquisa.

Além de desvendar traços físicos, o estudo também aponta para a integração entre os povos Xianbei e Han, evidenciando um cruzamento genético que ocorreu quando os Xianbei migraram para o norte da China.

Dessa forma, essa descoberta é crucial para entender a dispersão e integração dos povos antigos pela Eurásia.

Quem foi o imperador Wu

A tumba do imperador foi descoberta em 1996. Ele foi o sétimo imperador da dinastia Han da China.

Governou entre 141 e 87 a.C. e acredita-se que foi ele quem iniciou a Rota da Seda, trazendo assim um período de grande riqueza para as indústrias da China, quando seu produto, muito apreciado, chegou ao Ocidente.

Além disso, Wudi foi educado por um mestre confucionista e quando subiu ao trono a ameaça fronteiriça mais grave provinha dos Xiongnu.

Assim, em 128 a.C. uma expedição foi enviada à Coreia e 20 anos mais tarde uma campanha mais vasta levou à criação de quatro comendas no norte da península.

Gabriel Andrade

Gabriel Andrade

Jornalista que cobre ciência, economia e tudo mais. Já passou por veículos como Poder360, Carta Capital e Yahoo.

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