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Dois em um: água-viva ferida se funde com sua semelhante

A habilidade de fusão foi descoberta quando os cientistas investigaram uma água-viva estranhamente grande; confira.

Água-viva ferida se funde com outra

Nesta segunda-feira (7), cientistas divulgaram um curioso vídeo que mostra uma água-viva ferida se fundindo com outra medusa.

De acordo com o estudo publicado por cientistas da Universidade de Exeter, no Reino Unido, a espécie de ctenóforos — chamada água-viva-de-pente — possui essa habilidade de fusão para melhorar suas chances de sobrevivência.

Aliás, em 2017, um estudo revelou que essa espécie foi o primeiro animal a habitar a Terra e são de um ramo único do reino animal. Assim, os ctenóforos são conhecidos como “águas-vivas alienígenas”.

A habilidade de fusão foi descoberta quando os cientistas investigaram uma água-viva estranhamente grande. O animal parecia um único organismo, mas tinha dois ânus e estruturas sensoriais duplas.

Desse modo, os cientistas descobriram que uma água-viva ferida tinha se fundido com outra para melhorar suas chances de sobrevivência.

Os cientistas realizaram experimentos separando os dois animais, que se fundiram em 9 das 10 vezes.

Além disso, segundo os cientistas, a versão fundida das águas-vivas respondia como uma única entidade, indicando compartilharem o mesmo sistema nervoso.

Veja a fusão da água-viva ferida:

Kei Jokura, autor do estudo, afirma que a fusão ocorreu diversas vezes porque essa água-viva, devido a sua estrutura primitiva, não possui a habilidade de distinção entre si e outros.

“Além disso, os dados indicam que ambos indivíduos separados podem unir seus sistemas nervosos rapidamente, compartilhando potenciais de ação”, afirma Jokura.

Segundo o cientista, a água-viva tinha 95% dos movimentos sincronizados duas horas após a fusão, incluindo no sistema digestivo. No entanto, em alguns casos, a água-viva, devido aos dois ânus, evacuava em horários diferentes.

Os cientistas não conseguiram descobrir quais os aspectos da fusão das águas-vivas servem para melhorar a sobrevivência de um indivíduo, ressaltando que mais estudos precisam investigar o fenômeno.

“Os mecanismos de alorreconhecimento são relacionados ao sistema imunológico e a fusão de sistemas nervosos está ligada a pesquisas sobre regeneração”.

Desse modo, desvendar os mecanismos moleculares que permitem a fusão de água-viva pode ser um avanço para diversas áreas de pesquisa, segundo os cientistas.

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